Cultura

Papa ganha Ícone do Abraço de eremita italiano





Entre os vários presentes recebidos durante a Audiência Geral desta quarta-feira (23), Francisco ganhou o "Ícone do Abraço" de Juri Nervo, fundador do "Eremitério do Silêncio" da cidade de Turim que se localiza dentro da antiga prisão ‘Le Nuove’. A imagem doada representa um "abraço que acolhe" e foi escolhida por trazer a mensagem do local que é de acolhimento - e não de julgamento.

Fonte: Andressa Collet - Vatican News

Ao som de fundo de “Viva o Papa”, entoado repetidamente no momento em que Francisco saudava os peregrinos presentes no Pátio São Dâmaso, no Vaticano, na Audiência Geral desta quarta-feira (23), estava um representante do "Eremitério do Silêncio" de Turim. O italiano presenteou o Pontífice com um Ícone do Abraço.

A imagem representa um "abraço que acolhe", explica em entrevista ao Vatican News, Juri Nervo, fundador do eremitério da cidade italiana que, desde 2011, se localiza dentro da antiga prisão ‘Le Nuove’ de Turim. Um lugar de silêncio que oferece a possibilidade de um retiro também àqueles que não podem sair da cidade ou estão de passagem, mas mesmo assim desejam se isolar, mesmo que por pouco tempo.

Da Bandeira do Silêncio ao Ícone do Abraço

Já em janeiro de 2016, os colaboradores do local haviam encontrado o Papa em situação semelhante e lhe entregaram a "Bandeira do Silêncio", assinada por detentos. Já o Ícone do Abraço desta quarta-feira (23) foi escolhido para representar o significado da mensagem do eremitério de Turim: acolhimento - e não julgamento - que possa percorrer o caminho do coração de cada pessoa. Francisco também abençoou uma outra cópia do ícone, que vai voltar à ‘Le Nuove’, no norte da Itália.

Em 23 de junho também se recordou a figura de São José Cafasso, padroeiro dos encarcerados e condenados à morte, que passou a própria vida ajudando detentos de Turim até morrer em 1860. Não é por acaso que o Ícone do Abraço retrata a imagem bíblica do santo. "O caminho de vida do eremita", explica Juri Nervo, "nos conduziu pela mão, passo a passo, em direção a uma imagem que 'nos escolheu' mesmo antes de nós a escolhermos", de acordo com a vocação de romper os silêncios sobre as muitas formas de constrição que o homem vive hoje: "não apenas na prisão, mas", acrescenta Nervo, "há pessoas que vêm até nós e trazem consigo o seu cárcere, a doença, a ferida de uma história". Para todas elas, pretendemos "dar espaço para uma verdadeira acolhida".

Vatican News Service - GA