Saúde

Vários problemas: HE sem remédios, equipamentos e alvará de funcionamento





 

Uma inspeção do Conselho Regional de Medicina (CRM) constatou inúmeras irregularidades no Hospital de Emergências (HE) de Macapá, considerado o maior pronto-socorro do Amapá. Construída em 1950, a unidade hospitalar não dispõe de remédios, equipamentos, alvará de funcionamento e médicos, itens necessários para um atendimento de qualidade à população amapaense.

A inspeção, realizada em novembro, constatou mais de 30 problemas no HE que vão desde a infraestrutura do prédio, falhas nas áreas de laboratórios, semi-intensiva, sala vermelha, ambulatórios, quartos e centro cirúrgicos, até a contratação de empresas terceirizadas para atuar no local.

De acordo com o CRM, o maior pronto-socorro do estado não tem condições de atender a população, necessitando, em caráter de urgência, da construção de um novo prédio.

Para o órgão, a administração do hospital não seguiu o crescimento da população, resultando na série de problemas encontrados no local. Atualmente, o hospital possui 106 leitos cadastrados no SUS para internação, mas a média dos pacientes é de 165 internados diariamente.

Ainda na inspeção, o CRM obteve relatos de pacientes e acompanhantes. Em muitos casos, eles realizam a compra dos medicamentos, por não ter na unidade.

Outro ponto levantado pelos usuários é a demora nas cirurgias e o conforto no tratamento de saúde. Segundo eles, o procedimento varia de dias a meses para fazer procedimento cirúrgico no local.

Entre os principais problemas encontrados no Hospital de Emergência estão:

  • Prédio antigo;
  • Quartos superlotados e sem ar-condicionado ou janela para ventilação;
  • Banheiros com vazamentos;
  • Pacientes alojados em macas pelos corredores e rampa de acesso;
  • Equipamentos enferrujados, antigos ou quebrados;
  • Falta de tomografia disponível 24h
  • Falta de materiais para exames no laboratório
  • Falta de higiene nos laboratórios;
  • Descarte irregular de material perfuro cortante;
  • Instalação improvisada em áreas que requer muitos equipamentos;
  • Falta de sala vermelha;
  • Inconstância no estoque de medicamentos anestésicos no centro cirúrgico;
  • Falta de próteses para cirurgias ortopédicas;
  • Falta de materiais básicos, como luvas;
  • Falta de ambulância própria;
  • Falta de alvará de funcionamento;
  • Leitos de UTI insuficientes;

Após fiscalização, o CRM encaminhará um relatório completo aos Ministérios Público Estadual (MPE) e Federal (MPF), além da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) para que sejam tomadas as medidas cabíveis.