Política

Eduardo Bolsonaro cita tosse e cansaço e indica que está usando cloroquina





Após anunciar diagnóstico positivo para covid-19, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), relatou cansaço e tosse devido à doença e indicou ter iniciado o tratamento com cloroquina.

Medicamentos usados para o chamado tratamento precoce, como é o caso da cloroquina, e defendidos por apoiadores do governo Bolsonaro são considerados ineficazes por cientistas e órgãos de Saúde mundo afora. O próprio Ministério da Saúde do Brasil já admitiu a sua ineficácia em documentos enviados à CPI da Covid, em julho.

"Tô me tratando [da covid]. Vocês devem imaginar com o que... O médico receitou. E, de ontem para hoje, eu já estou me sentindo muito melhor. Obviamente estou com coriza, um pouco cansado, mas sem febre. Mas de agora em diante, depois de iniciar o tratamento, a tendência é só melhorar", disse o deputado, durante transmissão de live divulgada em suas redes sociais, na noite de hoje.

"Hoje em dia, muita gente já teve covid. Não é nada de excepcional (...) E tem determinadas coisas que são incríveis, mas a gente não pode falar. É quase um regime talibanês em que você falar algumas coisas como, por exemplo, o que você está tomando, é capaz desse *inaudível* cair", completou o parlamentar, referindo-se ao regime extremista do Talibã.

Eduardo Bolsonaro integrou a comitiva do presidente Bolsonaro que viajou a Nova York (EUA) para participar da 76ª Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Ele, que se vacinou com a primeira dose da Pfizer no mês passado, anunciou o teste positivo na manhã de hoje e permanece isolado.

Ao todo, três pessoas (entre 18) da comitiva presidencial testaram positivo: além do deputado, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e um diplomata que ajudou a organizar a viagem, também contraíram a doença.

Os ministros Bruno Bianco, da AGU (Advocacia-Geral da União) e Tereza Cristina, da Agricultura, que não estiveram na viagem, mas que circularam em ambientes nos quais estiveram integrantes da comitiva, também confirmaram que estão com o novo coronavírus.

Discurso contra passaporte sanitário

Durante a transmissão da live, Eduardo Bolsonaro também fez discurso contrário ao passaporte sanitário —comprovante individual de que a pessoa tomou vacina contra a covid-19 ou testou negativo para a doença.

"Não existe o por quê você exigir que as pessoas se vacinem. Isso é um total contrassenso. Assim como é contrassenso você exigir um passaporte sanitário. O Marcelo Queiroga poderia entrar em qualquer restaurante, por exemplo, e acabou infectado. Sabe-se lá quanto tempo ele esteve infectado. Enquanto que Jair Bolsonaro, que, ao menos em tese, mesmo tendo os anticorpos lá na lua, não podia entrar. Então que sentido tem uma norma dessa?", afirmou o parlamentar.

Em seguida, Eduardo Bolsonaro relembrou que tomou a primeira dose da Pfizer —a segunda está prevista para novembro.

"Eu tomei uma dose da Pfizer. Não me arrependo. As pessoas dizem 'ah, mas não adiantou nada'. Olha, não sei, talvez... no meu corpo não tenha adiantado. No corpo de outras pessoas, tenha."

Especialista contesta Eduardo

UOL Confere mostrou hoje que a vacina contra a covid-19, conforme explicado em diversas reportagens e checagens, não impede o indivíduo de se infectar ou transmitir o vírus, mas reduz as chances de hospitalização e morte pela doença.

"O fato de isso acontecer não pode nos impedir de tomar uma medida de controle", afirma ao UOL Confere o advogado e médico sanitarista Daniel Dourado, pesquisador da USP (Universidade de São Paulo) e da Universidade de Paris.

Dourado diz que o argumento de Eduardo, também utilizado pelo pai na live de ontem, apresenta a mesma lógica para criticar o uso de máscaras ou a aplicação de vacinas. "São medidas complementares, estamos acrescentando camadas de controle", afirma.

A adoção do passaporte na França "salvou o turismo" no país durante o verão, acrescenta ele, mencionando a relativa estabilidade de hospitalizações mesmo com a chegada de milhares de turistas estrangeiros nos meses de julho e agosto.

Eduardo Bolsonaro distorce efeito vacinal para atacar passaporte sanitário

Diagnosticado com covid-19, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou do fato de ter tomado a primeira dose da vacina contra a doença para atacar o passaporte sanitário e distorcer a efetividade dos imunizantes. Ele foi o terceiro caso confirmado de covid entre os integrantes da comitiva que acompanhou o pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na Assembleia-Geral da ONU em Nova York.

Além de Eduardo, contraíram o coronavírus o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e um diplomata que atua no cerimonial da Presidência. Ao confirmar o diagnóstico nas redes sociais, o parlamentar repetiu argumentos já desmentidos para lançar dúvidas sobre os efeitos do imunizante. 

Sabemos que as vacinas foram feitas mais rápidas do que o padrão. Tomei a 1ª dose de Pfizer e contraí covid"Eduardo Bolsonaro em redes sociais

Não é a primeira vez que ele sugere que a rapidez na produção de vacinas teria afetado a capacidade de imunização ou pulado etapas importantes do processo. Checagem feita pelo Projeto Comprova, do qual o UOL faz parte, sobre outra declaração de Eduardo, aponta que parte da agilidade no desenvolvimento dos imunizantes se deu ao maior investimento em pesquisas.

Eduardo foi vacinado em agosto deste ano e teve a primeira dose aplicada pelo ministro Queiroga.

Isso significa que a vacina é inútil? Não creio. Mas é mais um argumento contra o passaporte sanitário"Eduardo Bolsonaro em redes sociais

Crítico do passaporte sanitário, o filho do presidente apresenta um argumento DISTORCIDO para justificar a contrariedade à medida, que demanda comprovante de vacinação para entrar em determinados locais.

A vacina contra a covid-19, conforme explicado em diversas reportagens e checagens, não impede o indivíduo de se infectar ou transmitir o vírus, mas reduz as chances de hospitalização e morte pela doença.

"O fato de isso acontecer não pode nos impedir de tomar uma medida de controle", afirma ao UOL Confere o advogado e médico sanitarista Daniel Dourado, pesquisador da USP (Universidade de São Paulo) e da Universidade de Paris.

Dourado diz que o argumento de Eduardo, também utilizado pelo pai na live de ontem, apresenta a mesma lógica para criticar o uso de máscaras ou a aplicação de vacinas. "São medidas complementares, estamos acrescentando camadas de controle", afirma.

A adoção do passaporte na França "salvou o turismo" no país durante o verão, acrescenta ele, mencionando a relativa estabilidade de hospitalizações mesmo com a chegada de milhares de turistas estrangeiros nos meses de julho e agosto.

Durante participação no UOL Debate, em agosto, a pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Margareth Dalcomo disse que o passaporte é uma medida de "proteção coletiva".

Compartilharam da mesma visão Rosana Richtmann, infectologista do Instituto Emílio Ribas e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, e Carla Domingues, epidemiologista e ex-coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações).

"A gente sempre tenta conscientizar as pessoas através da ciência, dos dados, das coisas mais transparentes possíveis, mas a gente vê que muitas vezes o que realmente funciona é quando você faz medidas restritivas, daí, sim, mexe no dia a dia das pessoas, que se veem quase que obrigadas a ir atrás da vacinação para poder frequentar os lugares", disse Rosana Richtmann no UOL Debate.

Além da vacinação e do uso de máscaras, é importante manter outras medidas como a higienização frequente das mãos, uso de álcool gel e evitar circular em aglomerações ou ambientes fechados.

- Michelle Bolsonaro tomou vacina nos EUA porque médico sugeriu, diz governo

O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) explicou através de comunicado que a primeira-dama Michelle Bolsonaro, de 39 anos, se vacinou nos Estados Unidos por sugestão de um médico. Pelas regras do governo do Distrito Federal, local onde mora, pessoas de sua faixa-etária já poderiam ter tomado a vacina desde o mês de julho.

Antes de retornar ao país, [Michelle Bolsonaro] submeteu-se ao teste de PCR, obrigatório para autorização de embarque e, durante a realização da testagem, a Primeira-Dama foi indagada pelo médico se ela gostaria de aproveitar a oportunidade para ser vacinada. Como já pensava em receber o imunizante, resolveu aceitar. Trecho da nota da Secom

No dia 22 de julho, o GDF distribuiu comunicado informando que disponibilizaria mais de 100 mil doses de vacina contra a covid-19 para imunizar pessoas acima de 37 anos. O mutirão ocorreria entre os dias 23 e 25 daquele mês. Na nota, a Secom não explica por que a primeira-dama não se vacinou no Brasil antes e só decidiu se imunizar agora, e nos Estados Unidos.

Apesar de não ter tomado a vacina no DF, que estava disponível para a sua faixa etária há dois meses, Michelle disse "respeitar e admirar" o SUS (Sistema Único de Saúde).

Durante live semanal, realizada na noite de ontem, o presidente Bolsonaro confirmou que a primeira-dama havia sido vacinada contra a covid-19. Segundo Bolsonaro, que diz não ter sido imunizado ainda, ela lhe perguntou se deveria ou não tomar a vacina —o presidente, no entanto, não contou o que respondeu.

"Olha o que aconteceu com minha esposa agora nos Estados Unidos. Veio conversar comigo: 'Tomo ou não tomo a vacina?'. Dei minha opinião, não vou falar aqui qual foi. Ela tomou a vacina. É maior de idade, tem 39 anos, e sabe o que faz", disse Bolsonaro, na ocasião.

Michelle integrou a comitiva do presidente Bolsonaro que viajou a Nova York (EUA) para participar da 76ª Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Ao todo, três pessoas (entre 18) da comitiva testaram positivo: o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e um diplomata que ajudou a organizar a viagem, também contraíram a doença.

Os ministros Bruno Bianco, da AGU (Advocacia-Geral da União) e Tereza Cristina, da Agricultura, que não estiveram na viagem, mas que circularam em ambientes nos quais estiveram integrantes da comitiva, também confirmaram que estão com o novo coronavírus.

Leia nota na íntegra

A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) informa que a Primeira-Dama, senhora Michelle Bolsonaro, integrante da Comitiva Presidencial à Nova Iorque (EUA), deslocou-se àquele país para acompanhar o senhor Presidente da República nas agendas oficiais, bem como para cumprir uma agenda, sobre doenças raras, na Missão do Brasil na Organização das Nações Unidas.

Antes de retornar ao país, submeteu-se ao teste de PCR, obrigatório para autorização de embarque e, durante a realização da testagem, a Primeira-Dama foi indagada pelo médico se ela gostaria de aproveitar a oportunidade para ser vacinada. Como já pensava em receber o imunizante, resolveu aceitar.

A Primeira-Dama reitera a sua admiração e respeito ao sistema de saúde brasileiro, em especial, aos profissionais da área que se dedicam, incansavelmente, ao cuidado da saúde do povo.

- Luciano Hang financiou blogueiro bolsonarista acusado de fake news, diz TV

O empresário e dono das lojas HavanLuciano Hang, financiou o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos –investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta propagação de fake news e por atos com pautas antidemocráticas. As informações constam em documentos obtidos pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado e divulgados pela TV Globo nesta 6ª feira (24.set.2021).

Segundo a comissão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, intermediou o contato entre os 2 (leia as conversas abaixo).

Hang foi convocado pelos senadores e deverá prestar depoimento na 4ª feira (29.set). “O que nós concluímos e identificamos na CPI é a existência de uma verdadeira organização criminosa de fake news que teve papel determinante no agravamento da pandemia”, afirmou o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

LEIA A CONVERSA

Eis o diálogo de Allan e Eduardo Bolsonaro sobre um suposto “patrocínio“:

Allan“Preciso que você me coloque em contato com o Luciano Hang”;

Eduardo: [envia o número de Hang]. E pergunta: “Quer que eu fale algo a ele para te introduzir?”.

Allan“É melhor”.

Eduardo“Mandei mensagem para o Hang; Assim que ele me responder te passo”.

Allan concorda. Horas depois, Eduardo Bolsonaro volta a mandar mensagens.

Eduardo“Ele disse que você pode entrar em contato com ele. Falei que você é o nosso cara da imprensa para um projeto que desenvolvemos aqui nesta semana de aulas com o Olavo [de Carvalho]”.

Já no dia seguinte, segundo a reportagem, Allan diz: “Sobre o Hang, quando ele voltar da Europa, falarei com ele”.

Eduardo“Beleza. Falei no macro com o Hang”.

Em retorno, depois de 4 meses, Allan confirma a participação de Hang em um suposto o “patrocínio para o programa”.

HANG REBATE

O empresário nega ter financiado veículos na internet que possam ter divulgado fake news. “Não faço parte de gabinete nenhum. A imprensa deveria se basear na verdade dos fatos e não em narrativas. Se a CPI tem posse de algum documento que diz que ajudei ou financiei direcionamento de mensagens falsas, o documento é falso”, diz nota.

- MP aponta relação de Queiroz, suspeito de 'rachadinhas', com Carlos Bolsonaro

Denunciado como operador do suposto esquema de "rachadinha" do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), Fabrício Queiroz foi citado pelo Ministério Público do Rio na investigação contra o vereador carioca Carlos Bolsonaro(Republicanos), também filho do presidente da República. Por ter parentes que foram funcionários do parlamentar na Câmara Municipal, Queiroz chegou a ser alvo de novo pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal. Mas a Justiça não acolheu a demanda, já que ele próprio não teve relações diretas com o gabinete de Carlos. 

Apesar da recusa da Justiça na decisão de 28 de maio - que atingiu o vereador e outras 26 pessoas -, um possível envolvimento de Queiroz continua sob avaliação. Dados das pessoas ligadas a ele que tiveram sigilo quebrado podem levar a suposto elo financeiro entre o gabinete de Carlos e o pivô do caso, Flávio. No documento assinado em 5 de maio, os promotores citam a denúncia de 2020 contra o policial da reserva. E destacam a necessidade de apurar sua participação também no outro esquema.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentação financeira atípica na conta de Queiroz; foi o que levou o MP do Rio a desconfiar da existência da "rachadinha". Nesse esquema, funcionários fantasmas nomeados em cargos de confiança repassariam a Flávio, com intermediação de Queiroz, a maior parte do salário que recebiam.

Os desvios ocorreriam na Assembleia Legislativa do Rio, onde o filho Zero Um do presidente Jair Bolsonaro foi deputado, eleito pela primeira vez em 2002. Segundo o Coaf, havia indícios de movimentações atípicas ligados a 22 deputados, em 2018. Queiroz foi assessor de Flávio por onze anos. Uma suposta organização criminosa atuaria no gabinete dele, dizem promotores do caso. O MP suspeita que esquema semelhante tenha sido adotado na assessoria de Carlos na Câmara Municipal, com participação do ex-assessor no Legislativo estadual.

Queiroz pode ter participado de desvios na Câmara, diz MP em pedido

"Considerando que já foram identificados indícios suficientes da participação de Fabrício José Carlos Queiroz no desvio de recursos oriundos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (...), impõe-se verificar se tal prática também estaria ocorrendo no âmbito da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a justificar o afastamento de sigilo de Márcio Gerbatim e Claudionor Gerbatim, assim como do próprio Fabrício Queiroz", escreveram os promotores na demanda à Justiça. Em outro momento, eles classificam Queiroz como "suposto operador financeiro associado ao núcleo da família Gerbatim''.

O caso dos Gerbatim, respectivamente sobrinho e ex-marido da atual mulher de Queiroz, Márcia Aguiar, foi revelado pelo Estadão em 2019. Eles nunca tiveram emitidos crachás funcionais na Câmara, o que reforça os indícios de que seriam "fantasmas". A reportagem é uma das que motivaram a abertura do procedimento contra Carlos, em meados daquele ano. O pedido de quebra de sigilo lista uma série de matérias jornalísticas que apontaram suspeitas desse tipo.

Ao explicar à Justiça a necessidade das quebras, o MP disse que somente o cruzamento dos dados bancários e fiscais dos investigados poderá dar a dimensão da amplitude dos supostos desvios. Comprovados, configurariam o crime de peculato, que ocorre quando servidor se apropria de dinheiro público. O período de abrangência dos pedidos de quebra varia de acordo com o tempo de vínculo que cada ex-assessor teve.

Os promotores pediram a quebra de sigilo de Queiroz, que teria relação mais periférica com o gabinete, a partir de abril de 2008. Foi nessa época que o então assessor de Flávio teve seu primeiro parente (Márcio) nomeado na assessoria de Carlos.

Junto com Queiroz, os Gerbatim integram um dos seis "núcleos" da investigação contra Carlos. O primeiro é o da família Siqueira, da segunda ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. Ana Cristina Valle trabalhou no gabinete do enteado desde o primeiro dia do mandato dele, em janeiro de 2001, até abril de 2008, ano em que passou por conflitos com Bolsonaro no processo de separação. Ela é a personagem mais importante das apurações até aqui. No núcleo, há dois irmãos, dois cunhados, um primo e duas esposas de primos dela.

Os outros núcleos - que são, no fim das contas, famílias - envolvem os sobrenomes Góes, Martins, Fernandes e Duarte. Mais complexo que os demais, o grupo de Ana Cristina Valle inclui outros atores, como empresas dela e pessoas ligadas a esses CNPJs.

Preso preventivamente em junho do ano passado sob a acusação de obstruir as investigações, o suposto operador de Flávio ficou pouco menos de um mês na cadeia, antes de ter a prisão convertida em domiciliar. Ele passou meses em casa antes de conseguir a liberdade, em março deste ano, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Apesar da liberdade obtida nesse ponto específico, Queiroz é um dos denunciados no processo por peculato, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e organização criminosa. A denúncia está parada no Órgão Especial do TJ do Rio por causa de disputas judiciais envolvendo dois aspectos. A defesa contesta o foro do senador Flávio, que inicialmente estava na primeira instância, e a quebra de sigilo do parlamentar e de seus ex-assessores. Ela foi autorizada pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Federal, em abril de 2019, mas a decisão foi considerada mal fundamentada pelo STJ.

MP vê indícios de lavagem de dinheiro; defesa de Queiroz não comenta

Ainda embrionários, alguns indícios de possível lavagem de dinheiro são citados no documento do MP. Os principais foram revelados pelo Estadão: duas operações de compra de imóveis no Rio. O primeiro envolve o pagamento, pelo vereador, de R$ 150 mil em espécie quando Carlos tinha 20 anos, em 2003. O segundo foi o desembolso de um valor 70% abaixo do estipulado pela prefeitura para cálculo de imposto, o que levanta suspeita sobre eventuais pagamentos "por fora".

Na investigação contra o irmão Flávio, as transações imobiliárias foram peça-chave para seguir o caminho do dinheiro. O MP elencou provas que considera robustas de que o então deputado estadual teria movimentado valores "por fora" na compra de dois imóveis em Copacabana, zona sul do Rio.

Procurada para comentar a menção a Queiroz no pedido de quebra de sigilo, a defesa do policial da reserva optou por não comentar. O PM da reserva e o senador Flávio Bolsonaro negam as acusações. A defesa de Carlos afirma não comentar a investigação sobre seu cliente, por ser sigilosa. Os Bolsonaros atribuem as acusações a perseguições políticas de adversários, que estariam interessados em atacar o governo de Jair Bolsonaro.

 

Fonte: UOL - Poder360