Política

Centrão já fala em derrota de Bolsonaro, mas ainda não cogita deixá-lo





Importantes lideranças do bloco do Centrão já falam abertamente na possibilidade de derrota do presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

Para representantes do PP, uma das principais siglas do bloco, a única forma de o ex-capitão chegar "minimamente competitivo" na disputa é de crescer entre o eleitorado das chamadas classes D e E, onde estão os que vivem entre a pobreza e a extrema pobreza.

Isso porque, na visão desses aliados, a queda no apoio ao presidente no segmento da classe média — iniciada na pandemia e aprofundada com o impacto da inflação sobre o preço dos combustíveis e dos alimentos— já seria irreversível. O último Datafolha mostrou que foi nesse grupo que mais cresceu a rejeição a Bolsonaro, hoje em inéditos 53%.

Mas ainda que o horizonte pareça plúmbeo para o ex-capitão, lideranças do PP não apenas desconsideram abandoná-lo por enquanto como defendem a sua filiação à sigla com base num cálculo simples.

Forte no Nordeste, o PP de Ciro Nogueira praticamente não tem penetração, por exemplo, em São Paulo, onde a aprovação de Bolsonaro se mantém relativamente alta.

Como o que conta para as legendas são as cifras do fundo partidário e eleitoral — e como o valor desses fundos depende sobretudo do número de votos para deputados federais que elas conseguem amealhar— a influência do presidente em colégios eleitorais importantes como São Paulo e Rio de Janeiro pode ser determinante para estufar os cofres da sigla, garantindo poder e influência aos seus caciques.

No caso do PP, lideranças calculam que, somando os votos de legenda com a força de puxadores de voto como os deputados Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli, ambos do PSL, mais candidatos certos a migrar para o PP junto com o ex-capitão, o partido conseguiria aumentar em até um terço a sua bancada na Câmara, hoje de 42 parlamentares.

Num momento em que o PSL se une ao DEM para formar um superpartido e o PSD se prepara para entrar em campo com um candidato à Presidência, ter em seus quadros um presidente da República, ainda que capenga, é o melhor que o PP pode querer.

- Lira tem reunião com líderes para discutir acordo sobre combustíveis 

O presidente da Câmara, deputado  Arthur Lira (PP-AL), tem reunião prevista com líderes de partidos nesta segunda-feira (4) para tenta a costura de um acordo capaz votar dois projetos relacionados ao preço dos combustíveis.

O primeiro deles trata da uniformização ICMS, hoje com percentuais diferentes para cada estado. Já o segundo traz a possibilidade de criação de um fundopara conter as oscilações dos preços, que funcionaria a partir da compensação de variações de fatores como o câmbio e o valor do barril de petróleo, freando a intensidade dos repasses ao preço final do combustível.

A pauta dos combustíveis entrou na agenda de prioridades de Lira após os protestos do Sete de Setembro, que foi seguido de uma tentativa de greve de caminhoneiros pela alta dos combustíveis. Em agenda no Alagoas, onde rivaliza politicamente com o governador Renan Filho (MDB), o presidente da Câmara endossou o discurso de Bolsonaro, jogando para os governadores a responsabilidade sobre a disparada dos preços.

Entre os dois projetos, o mais delicado de negociação com os parlamentares é o que altera as regras de ICMS. Este imposto, estadual, constitui uma parte considerável das receitas locais e a defesa da matéria é vista como um ônus considerável a ser carregado pelos parlamentares às vésperas de uma no eleitoral. Os parlamentares também colocam em dúvida o quanto essa mudança seria capaz de reduzir, de fato, o custo repassado ao consumidor.

- Conselho Brasil-OCDE aprova Estratégia de Governo para acessão à organização

O Brasil já aderiu a 100 dos 247 instrumentos legais da OCDE

O Governo Federal realizou, na quinta-feira (30), a 2ª Reunião do Conselho para a Preparação e o Acompanhamento do Processo de Acessão da República Federativa do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na reunião, o Conselho Brasil-OCDE aprovou a Estratégia de Governo para a preparação e o acompanhamento do processo de acessão. Também foi aprovada a Política de Comunicação, integrada e articulada entre os órgãos componentes do Conselho, para o tratamento de assuntos relativos à acessão.

A Estratégia de Governo apresenta o histórico do processo de aproximação do Brasil à OCDE, a missão da Organização de promover “políticas melhores para vidas melhores”, bem como seus objetivos, valores, meios de cooperação - revisão por pares, troca de experiências, estabelecimento de conceitos comuns, produção de dados estatísticos e identificação de boas práticas - e os resultados materializados em decisões e recomendações. 

Na reunião, o Conselho Brasil-OCDE também discutiu a participação do Brasil, na condição de convidado, na Reunião Ministerial do Conselho da OCDE, prevista para 5 e 6 de outubro, em Paris (França), dedicada ao tema “Valores Compartilhados, Construindo um Futuro Verde e Inclusivo”. Também foi aprovada a inclusão da Secretaria de Governo da Presidência da República no Conselho.

O Secretário-Executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, Mario Fernandes, reforçou que a participação do Brasil na Reunião de Ministros da OCDE, em outubro de 2021, será uma oportunidade ímpar para que nosso país defenda a sua acessão àquela Organização. “Eu gostaria de reforçar a argumentação que apresentamos ao Comitê Gestor deste Conselho, de que o Brasil vem buscando e avançando, como nenhum outro Parceiro-Chave da OCDE, o seu alinhamento e convergência às melhores práticas internacionais de políticas públicas. Isto há cerca de 25 anos! Pela Secretaria-Geral, a Secretaria Especial de Modernização do Estado (Seme) tem feito um trabalho primoroso voltado à melhoria do ambiente de negócios nacional e também pela transformação digital, coadunando-se à Secretaria Especial de Relacionamento Externo (SEREX), da Casa Civil, em prol desses importantes objetivos nacionais. Esta é sim, uma incrível janela de oportunidade para o Brasil”, afirmou.

O Secretário-Executivo da Casa Civil, Jônathas de Castro, reforçou a prioridade atribuída pelo governo brasileiro às relações com a OCDE. “A acessão à OCDE é estratégica para o Governo Federal e vai contribuir para grandes avanços do Brasil na agenda de reformas econômicas, e na melhoria da eficiência das políticas públicas no país, de forma alinhada às melhores práticas internacionais”.

O Brasil já aderiu a 100 dos 247 instrumentos legais da Organização, sendo o país candidato mais profundamente envolvido no trabalho da OCDE.

O Conselho Brasil-OCDE é formado, agora, em nível ministerial, pela Casa Civil; ministério das Relações Exteriores; ministério da Economia; Secretaria-Geral; e Secretaria de Governo. Também participou da reunião do Conselho um representante do ministério da Cidadania.

Com informações da Secretaria-Geral da Presidência

 

Fonte: UOL - Congresso em Foco