Política

Criticado no G20, Bolsonaro cita árabes ao falar de apoio internacional





Criticado por isolamento político e falta de protagonismo durante evento do G20, grupo que reúne líderes das 20 maiores economias do mundo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) citou hoje sua viagem a países árabes —e a média diária do quarto de hotel onde ficou hospedado— para justificar suposto apoio internacional.

"Há dois ou três meses, nós concorremos a uma cadeira não permanente no Conselho de Segurança da ONU: 190 países votaram. 181 votou (sic) no meu candidato. Como é que eu tô mal? Nós estamos bem. O tratamento meu foi VIP, nos hotéis que eu fiquei [em viagem a países do Golfo Pérsico). A média diária: R$ 45 mil. Por que eu fique nesse quarto? Foi cortesia para mim e para toda a comitiva nossa", disse ele, durante entrevista ao canal ISTV, do Guarujá (SP), transmitida na noite de hoje. "Eles nos tratam dessa maneira. Há um interesse enorme por parte dos países árabes", acrescentou.

Em outubro, Bolsonaro recebeu críticas por ser um dos únicos líderes do G20 que não tinha reuniões previstas com outros mandatários, à exceção do presidente italiano Sergio Mattarella, anfitrião do evento que, pelo protocolo, deveria se encontrar com todos os líderes presentes em Roma.

Na sequência, sob forte pressão internacional por causa do aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia, Bolsonaro decidiu não ir à COP26, a Conferência do Clima, organizada pela ONU (Organização das Nações Unidas), em Glasgow, na Escócia, o que gerou críticas de outros países e de organizações ambientais.

O presidente brasileiro encerrou uma viagem de seis dias por três países. Além do Qatar, esteve também nos Emirados Árabes Unidos e no Bahrein, se encontrou com autoridades locais e empresários, além de ter visitado eventos como uma feira do setor aéreo e a Expo 2020, em Dubai —por lá, Bolsonaro se hospedou em um hotel cujas diárias podem chegar a até R$ 76 mil.

No mesmo período, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), virtual candidato às eleições no ano que vem, e rival de Bolsonaro, Lula, teve vasta agenda na Europa, onde visitou o Parlamento Europeu e foi recebido com honras de chefe de Estado pelo presidente da França, Emmanuel Macron.

Inevitavelmente, houve comparações entre as duas viagens e a agenda política dos dois políticos.

 

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Crescimento de nome da terceira via nos últimos dias não alterou o cenário eleitoral previsto pelo Palácio do Planalto para as eleições

O crescimento de nome da terceira via nos últimos dias não alterou o cenário eleitoral previsto pelo Palácio do Planalto para as eleições de 2022.

O governo vem fazendo pesquisas e baseando suas projeções nelas. A aposta continua sendo em um segundo turno entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula.

O pior cenário previsto hoje pelo governo é aquele no qual o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo leite, se viabiliza e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro não entra na disputa.

Isso porque o governo avalia que o voto de Leite é concentrado na centro-esquerda e em um eventual segundo turno migrariam para Lula.

A percepção dos governistas é de que em um cenário em que Leite e Moro estão na disputa, o gaúcho poderia tenderia a ter mais votos até que Moro. Mas no segundo turno os votos de Moro migrariam para Bolsonaro.

Não há, porém, percepção de que ambos iriam ao segundo turno. A percepção é que Moro tem um teto na faixa de 15% a 20% pois seu eleitor é identificado como anti-Bolsonaro e anti-Lula e este seria, segundo o Planalto, o patamar desse eleitorado.

O Planalto também diz não acreditar que o governador de São Paulo, João Doria, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, deslanchem. Interlocutores de Bolsonaro dizem que eles não passariam de 10%.

 

- Planalto tenta reconciliação com Alcolumbre na reta final para sabatina

Movimentação decorre do fato de o resultado da disputa ser hoje imprevisível

O Palácio do Planalto ensaia uma reaproximação com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP), após a sinalização dada por ele de que pretende finalmente agendar a sabatina de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro têm buscado Alcolumbre em uma tentativa de reconciliação antes da sabatina pois receberam a informação de que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado intensificou sua campanha contra Mendonça.

A movimentação decorre do fato de o resultado da disputa ser hoje imprevisível. É o que dizem senadores e ministros com que a CNN conversou. A única certeza é a de que o placar será apertado. São necessários 41 dos 81 votos do Senado para que seu nome seja aprovado.

Alcolumbre rejeita por ora o diálogo com o Planalto, pois atribui ao governo o vazamento de informações contrárias a ele, como a acusação de que havia um esquema de rachadinha no seu gabinete no Senado. Também atribui ao governo ataques contra ele nas redes sociais. O governo nega e continuará tentando atrair Alcolumbre.

Fonte: UOL - CNN Brasil