Cultura

Na festa de Santo André, a mensagem do Papa ao irmão Bartolomeu: reforçar a parceria





A exemplo dos irmãos Pedro e André, a esperança do Papa Francisco é que católicos e ortodoxos possam trabalhar cada vez mais em conjunto nas áreas em que não só é possível, mas também imperativo que o façam, como a educação, a caridade e respeito pelo meio ambiente.

A oração do Papa Francisco se volta hoje à Igreja em Constantinopla, por ocasião da festa do Apóstolo André.

O primeiro chamado e irmão do Apóstolo Pedro é padroeiro do Patriarcado Ecumênico, guiado atualmente por Bartolomeu – o destinatário da mensagem do Pontífice.

Com efeito, é tradição entre as duas igrejas enviar uma delegação na festa dos dois irmãos. Assim, se encontra na Turquia o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, que participa da Divina Liturgia programada na Igreja Patriarcal de São Jorge.

Em sua mensagem, Francisco manifestou sua alegria pela visita de Bartolomeu a Roma em outubro passado, quando não só puderam partilhar suas preocupações quanto ao presente e ao futuro do mundo, mas também expressar o compromisso comum acerca de questões de importância crucial para toda a família humana, incluindo o cuidado da criação, a educação das gerações futuras, o diálogo entre as diferentes tradições religiosas e a busca da paz. 

Desta forma, prossegue o Papa, nós como Pastores, juntamente a as nossas Igrejas, reforçamos o vínculo profundo que já nos une.

Embora existam diferenças quanto a questões teológicas e eclesiológicas – que estão no centro do diálogo entre as duas Igrejas - , Francisco manifesta sua esperança de que católicos e ortodoxos possam trabalhar cada vez mais em conjunto nas áreas em que não só é possível, mas também imperativo que o façam.

“Amado irmão em Cristo”, conclui o Papa dirigindo-se a Bartolomeu, “no caminho para a plena comunhão entre as nossas Igrejas, somos sustentados pela intercessão dos santos irmãos Pedro e André, os nossos santos padroeiros.  A unidade plena pela qual ansiamos é, naturalmente, um dom de Deus, através da graça do Espírito Santo.  Que o nosso Senhor nos ajude a estar prontos para abraçar este dom através da oração, conversão interior e abertura à procura e oferta do perdão”.

 

Confira outras notícias:

- O Natal "cancelado": UE retira diretrizes

“Quem vai contra a realidade se coloca em sério perigo”, afirma à mídia vaticana o cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, ao comentar o documento da Comissão Europeia que convida a não usar palavras e nomes como Natal, Maria ou João.

Massimiliano Menichetti - Cidade do Vaticano

Infelizmente, a tendência é a de padronizar tudo. Não sabendo respeitar as justas diferenças, no final corre-se o risco de destruir a pessoa. Este é o comentário do secretário de Estado da Santa Sé,  cardeal Pietro Parolin, após a divulgação de um documento interno que teria como objetivo evitar discriminações e convidar à inclusão.

No manual para uma comunicação mais adequada, há o convite a dar preferência a expressão "período de festividades" ao invés de "período de Natal". De fato, para garantir o direito de "cada pessoa a ser tratada com igualdade", eliminam-se palavras como "Senhora" e "Senhor", mas também "Natal" e nomes como "Maria" ou "João". "Não estamos proibindo o uso da palavra Natal", disse um porta-voz da Comissão Europeia.

Eminência, qual seu pensamento sobre este assunto? Por que isso acontece?

R.- Eu acredito que seja correta a preocupação de eliminar todas as discriminações. É um caminho sobre o qual temos adquirido cada vez mais consciência e que, naturalmente, deve traduzir-se também no campo prático. No entanto, a meu ver, certamente esse não é o caminho para atingir esse objetivo. Porque no final se corre o risco de destruir, aniquilar a pessoa, em duas direções principais. A primeira, aquela da diferenciação que caracteriza o nosso mundo, a tendência infelizmente é de padronizar tudo, não sabendo respeitar nem mesmo as corretas diferenças, que naturalmente não devem se tornar contraposição ou fonte de discriminação, mas devem se integrar justamente para construir uma humanidade plena e integral. A segunda: o esquecimento daquilo que é uma realidade. E quem vai contra a realidade se coloca em sério perigo. E depois há o cancelamento daquilo que são as raízes, sobretudo no que diz respeito às festas cristãs, à dimensão cristã também da nossa Europa. Claro, nós sabemos que a Europa deve a sua existência e a sua identidade a muitas contribuições, mas certamente não se pode esquecer que uma das contribuições principais, senão a principal, foi precisamente o cristianismo. Portanto, destruir a diferença e destruir as raízes significa destruir a pessoa.

O Papa prepara-se para partir para uma viagem na Europa onde certamente a cultura, a tradição e os valores marcam um caminho de acolhimento. No entanto, há quem continue a construir uma Europa que elimina as suas raízes ...

R.- Sim, parece-me que o Papa, também na mensagem em vídeo que dirigiu à Grécia e a Chipre antes da sua partida há poucos dias, sublinha precisamente esta dimensão europeia: isto é, ir às fontes da Europa, portanto reencontrar aqueles que são os elementos constituintes. Certamente, a cultura grega é um desses elementos. Depois, o Papa também se refere a Chipre como uma das ramificações europeias da Terra Santa. Portanto, me parece que essa viagem chegue justamente na hora certa, é uma viagem que nos remete precisamente a essas dimensões fundamentais que não podem ser canceladas. Devemos redescobrir a capacidade de integrar todas essas realidades sem ignorá-las, sem combatê-las, sem eliminá-las e marginalizá-las.

 

- O Papa na Grécia e em Chipre: nas pegadas de João Paulo II e Bento XVI

A Viagem Apostólica de Francisco aos dois países mediterrâneos, de 2 a 6 de dezembro, realiza-se no âmbito de trajetórias já traçadas em 2010, em Chipre, pelo Papa emérito e em 2001, na Grécia, pelo Pontífice polonês. A história de suas peregrinações nessas terras entre o Oriente e o Ocidente

Amedeo Lomonaco - Cidade do Vaticano

A ilha de Chipre é a terra de São Barnabé, nascido em Pafos e ali regressado para o anúncio da Páscoa do Senhor Jesus. Segundo a tradição oriental, tornou-se a nova pátria para Lázaro, ressuscitado por Jesus, que se mudou para Chipre para se tornar bispo de Citium (hoje Larnaca). Na Grécia, o apóstolo dos gentios, São Paulo, deixou marcas indeléveis. Filipos foi o primeiro lugar evangelizado na Europa e foi justamente a partir da Grécia que o cristianismo se espalhou pelo continente europeu.

“Embarcados em Trôade, fomos diretamente à Samotrácia e no outro dia a Neápolis; e dali a Filipos". (Atos 16,11)”

O Papa Francisco irá a Chipre e à Grécia, países na encruzilhada entre o Oriente e o Ocidente, de 2 a 6 de dezembro, para confirmar na fé, confortar e encorajar as comunidades locais. As etapas da Viagem Apostólica são Nicósia, Larnaca, Atenas e Lesbos, onde o Pontífice já esteve em 2016 para se encontrar com migrantes e refugiados no campo de Mòria. Naquelas terras, sulcadas nas origens do cristianismo pelos apóstolos Barnabé e Paulo, também foram como peregrinos João Paulo II e Bento XVI.

“O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e gozo no Espírito Santo. (Rm 14,17)”

Viagem do Papa Wojtyła à Grécia

A Grécia, em 2001, foi a primeira etapa da peregrinação jubilar de João Paulo II nas pegadas de São Paulo. Na cerimônia de boas-vindas, ele destaca que "a inculturação do Evangelho no mundo grego permanece um exemplo para cada inculturação". Em seguida, o Papa Wojtyla encontra o então arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, sua Beatitude Christódoulos. O pontífice polonês pede perdão por feridas ligadas a dramáticas páginas da história, como o saque de Constantinopla em 1204.

Claramente, há a necessidade de um processo libertador de purificação da memória. Pelas ocasiões do passado e do presente, em que filhos e filhas da Igreja católica pecaram em actos ou omissões contra os seus irmãos e irmãs ortodoxos, que o Senhor nos conceda o perdão que lhe pedimos. Algumas memórias são particularmente dolorosas, e determinados acontecimentos do passado mais longínquo deixaram profundas feridas nas mentes e nos corações das pessoas, e ainda hoje se fazem sentir. Refiro-me ao desastroso saque da cidade imperial de Constantinopla, que por longo tempo foi a fortaleza da cristandade no Oriente. É trágico o facto de que os salteadores, que partiram com a finalidade de garantir o livre acesso dos cristãos à Terra Santa, agredissem os seus próprios irmãos na fé.

Inspirado por São Paulo 

Ao visitar a Catedral de São Dionísio em Atenas, João Paulo II recorda que este santo "foi um dos primeiros gregos que, ouvindo a pregação de Paulo sobre a ressurreição, se converteu". “Acolham todos este mistério de salvação, para vivê-lo e ser suas testemunhas com os vossos irmãos”. Da capital helênica ressoam então as palavras de São Paulo no famoso discurso do Areópago, relatado nos Atos dos Apóstolos. Neste lugar da pregação do Apóstolo dos Gentios, é lida em grego por um prelado ortodoxo e em inglês pelo cardeal Sodano a a "Declaração Conjunta sobre as raízes cristãs da Europa".

Nós, Papa João Paulo II, Bispo de Roma, e Christódoulos, Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, diante do bema (pódio) do Areópago, do qual São Paulo, o Grande Apóstolo das Gentes, "Apóstolo por vocação, escolhido para anunciar o Evangelho de Deus" (Rm 1, 1) pregou aos Atenienses o único Deus verdadeiro, Pai, Filho e Espírito Santo e os chamou à fé e à conversão, queremos declarar em conjunto: Damos graças a Deus pelo nosso encontro e pela comunicação recíproca, nesta ilustre Cidade de Atenas, Sede Primacial da Igreja Apostólica Ortodoxa da Grécia. Repetimos a uma só voz e um só coração as palavras do Apóstolo das Gentes:  "Rogo-vos, irmãos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos o mesmo, e que entre vós não haja divisões; sede perfeitos no mesmo espírito e no mesmo parecer”...

Na noite de 4 de maio, Sua Beatitude Christódoulos e outros Metropolitas membros do Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa grega visitam o Papa na Nunciatura Apostólica em Atenas. No final do encontro, o inesperado pedido de João Paulo II a Christodoulos: “Podemos rezar o Pai Nosso em grego?”. “Sim, Santo Padre”, foi a resposta. Juntos, em grego, eles recitam a oração que Jesus nos ensinou.

Dar testemunho nos areópagos de hoje

O momento final da Viagem Apostólica de João Paulo II à terra grega é vivido em 5 de maio de 2001. O Pontífice celebra a Santa Missa no Palácio dos Esportes do Centro Olímpico de Atenas. “Recordar em Atenas o caminho e a ação de Paulo - afirma o Papa Wojtyła - é como ser convidados a anunciar o Evangelho até aos extremos confins da terra, propondo aos nossos contemporâneos a salvação dada por Cristo e mostrando-lhes os caminhos da santidade e o orientação moral reta que constituem as respostas à chamada do Senhor.”

“Seguindo o exemplo de São Paulo e das primeiras comunidades – afirma o Papa -, é urgente criar ocasiões de diálogo com os nossos contemporâneos, sobretudo nos lugares em que se decide o futuro do homem e da humanidade, para que as decisões tomadas não sejam condicionadas apenas pelos interesses políticos e econômicos que não têm em conta a dignidade das pessoas e as exigências que dela derivam, mas que seja para vós como um suplemento de alma que recorde o lugar insigne e a dignidade do homem. Os areópagos que hoje solicitam o testemunho dos cristãos são numerosos”.

Durante a homilia, o pontífice polonês recordou também o fecundo diálogo entre a fé cristã e a filosofia.

 O vosso País goza de uma longa tradição de sabedoria e de humanismo. Desde as origens do cristianismo, os filósofos empenharam-se por "mostrar a ligação entre a razão e a religião. [...] Esboçou-se assim um caminho que, saindo das antigas tradições particulares, levava a um desenvolvimento que correspondia às exigências da razão universal" (Fides et ratio, 36). Este trabalho dos filósofos e dos primeiros apologistas cristãos permitiu sucessivamente iniciar, no seguimento de São Paulo e do seu discurso em Atenas, um diálogo fecundo entre a fé cristã e a filosofia.

Antes de partir da Grécia, João Paulo II dirige uma exortação especial: “Sede testemunhas de Cristo como Paulo!”

Entre as dores e as esperanças de Chipre

O outro país no centro da 35ª Viagem Apostólica do Papa Francisco é Chipre. É a segunda vez que um Pontífice visita esta ilha. Para relembrar a primeira visita de um Bispo de Roma a Chipre, é preciso voltar a 2010, à Viagem Apostólica de Bento XVI, realizada de 4 a 6 de junho daquele ano. Seguindo os passos dos padres da fé, Santos Paulo e Barnabé, o Papa emérito chega a Chipre como peregrino para confirmar os católicos na fé e entregar o Instrumentum laboristendo em vista a Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo de Bispos, realizada em outubro de 2010.

No voo papal para Chipre, Bento XVI expressa sua tristeza pelo assassinato do então vigário apostólico da Anatólia, Dom Luigi Padovese, assassinado na Turquia em 3 de junho de 2010, “que também muito contribuiu - acrescenta o Pontífice - para a preparação do Sínodo para o Oriente Médio”. Durante a cerimônia de boas-vindas no aeroporto internacional de Paphos, referindo-se à divisão da ilha de Chipre em duas partes, Bento XVI expressa um desejo por Chipre, que também está ligado também ao presente desta ilha.

May the love of your homeland and of your families and the desire to live …

Possam o amor à vossa Pátria e às vossas famílias e o desejo de viver em harmonia com os vossos vizinhos sob a protecção misericordiosa de Deus omnipotente, inspirar-vos para resolverdes com paciência os problemas que ainda partilhais com a comunidade internacional para o futuro da vossa Ilha.

Entre encontros ecumênicos e anseios de paz

A unidade dos cristãos é um dos temas centrais da viagem de Bento XVI a Chipre. Durante a celebração ecumênica de 4 de junho de 2010, na área arqueológica da Igreja de Agia Kiriaki Chrysopolitissa, o Pontífice recordou que "a comunhão eclesial na fé apostólica é tanto um dom como um apelo à missão". “A unidade de todos os discípulos de Cristo – acrescenta - é um dom que se deve implorar ao Pai, na esperança de que Ele fortaleça o testemunho do Evangelho no mundo de hoje. 

No encontro seguinte, dirigindo-se às autoridades civis, Bento XVI afirma: “Quando as políticas que apoiamos são postas em ato em harmonia com a lei natural própria da nossa comum humanidade, então as nossas ações tornam-se mais sólidas e levam a uma atmosfera de entendimento, de justiça e de paz.”

No dia seguinte, 5 de junho de 2010, mais de 1.500 pessoas representando todos os católicos cipriotas em seus componentes, maronitas, armênios e latinos, acolhem Bento XVI, em um ambiente alegre também marcado pelo canto de algumas crianças, no campo esportivo da Escola primária de São Maron.

Only by patient work can mutual trust be built…

Só através de um trabalho paciente de confiança recíproca, o peso da história passada pode ser superado e as diferenças políticas e culturais entre os povos podem tornar-se um motivo para agir por uma compreensão maior. Exorto-vos a ajudar a criar esta recíproca confiança entre cristãos e não-cristãos, como fundamento para construir uma paz duradoura e uma harmonia entre os povos de diversas religiões, regiões políticas e bases culturais.

Entrega do Instrumentum Laboris

No dia 5 de junho de 2010, durante o encontro com o arcebispo ortodoxo de Chipre Crisóstomo II, Bento XVI expressou um desejo: “Possa o Espírito Santo guiar e confirmar esta grande iniciativa eclesial, que tem como objectivo recompor a plena e visível comunhão entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente, uma comunhão que deve ser vivida na fidelidade do Evangelho e na tradição apostólica, de modo que aprecie as legítimas tradições do Oriente e do Ocidente, e que se abra à diversidade dos dons através dos quais o Espírito edifica a Igreja na unidade, na santidade e na paz.”

Na Missa celebrada para os sacerdotes, religiosos e diáconos na Igreja da Santa Cruz de Nicósia, Bento XVI sublinhou que a humanidade tem necessidade da Cruz de Cristo para vencer o mal do mundo:

“A cruz é algo maior e mais misterioso do que, à primeira vista, possa parecer. Indubitavelmente, é um instrumento de tortura, de sofrimento e de derrota, mas ao mesmo tempo manifesta a transformação completa, a desforra sobre estes malefícios, e isto faz dele o símbolo mais eloquente da esperança que o mundo jamais viu.”

No dia seguinte, 6 de junho de 2010, presidindo a Missa por ocasião da publicação do Instrumentum laboris da Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, recorda que os cristãos são chamados, como na Igreja primitiva, a serem testemunhas de Jesus perante o mundo.

We are called to overcome our differences, to bring peace and reconciliation…

Somos interpelados a superar as nossas diferenças, a levar paz e reconciliação aonde existem conflitos e a oferecer ao mundo uma mensagem de esperança. Somos chamados a estender a nossa atenção aos necessitados, dividindo generosamente os nossos bens terrenos com aqueles que são menos afortunados do que nós. E somos chamados a proclamar de maneira incessante a morte e a ressurreição do Senhor, até que Ele venha.

Por ocasião da entrega do Instrumentum laboris, Bento XVI recorda, portanto, que “o Médio Oriente ocupa um lugar particular no coração de todos os cristãos, dado que foi precisamente ali que Deus se fez conhecer aos nossos pais na fé.”

No Angelus de 6 de junho de 2010, pede para implorar à Virgem Maria que interceda "por todos nós, pelo povo de Chipre e pela Igreja do Médio Oriente".

A visita à catedral maronita de Chipre, que de várias formas - afirma Bento XVI - representa a verdadeira longa e rica história, por vezes turbulenta «daquela comunidade, antecede a última etapa da viagem apostólica 2010 na ilha cipriota: a cerimônia de despedida do Aeroporto Internacional de Larnaca:

“Chipre – afirma Bento XVI - desempenhaa um papel particular na promoção do diálogo e da cooperação”. Um papel importante que Chipre continua a assumir ainda hoje, neste momento abalado pela pandemia e por crises que afetam o tecido económico e social em todo o mundo.

A viagem do Papa Francisco

A história de Chipre e da Grécia se entrecruza também com a pregação dos apóstolos Barnabé e Paulo, com os ensinamentos de São João Paulo II e de Bento XVI. Agora, a esses passos somam-se os do Papa Francisco. O programa da 35ª Viagem Apostólica se desenvolve em lugares visitados também por seus predecessores. Depois de chegar ao aeroporto de Larnaca no dia 2 de dezembro, Francisco vai a Nicósia para o encontro com sacerdotes, religiosos, consagradas, diáconos, catequistas, associações e movimentos eclesiais na Catedral maronita de Nossa Senhora das Graças. Em seguida, o programa prossegue com o translado ao Palácio Presidencial para três compromissos: a cerimônia de boas-vindas, a visita de cortesia ao Chefe do Estado e o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático. O dia 3 de dezembro é o dia da visita a Sua Beatitude Crisóstomo II, arcebispo ortodoxo de Chipre, do encontro com o Santo Sínodo e da Missa no Gps Stadium de Nicósia. O segundo dia da viagem termina com uma oração ecumênica pelos migrantes na igreja paroquial de Santa Croce.

A etapa grega começa no sábado, 4 de dezembro. Após a cerimônia de boas-vindas, o programa inclui uma visita de cortesia ao chefe do Estado, encontros com o primeiro-ministro e com autoridades, sociedade civil e corpo diplomático. À tarde, a visita a Sua Beatitude Ieronymos II, arcebispo de Atenas e de toda a Grécia no Arcebispado Ortodoxo e, a seguir, encontro com as respectivas comitivas na sala do Trono.

Para o final do dia estão programados outros dois encontros: com bispos, sacerdotes, religiosos, consagradas, seminaristas e catequistas na Catedral de São Dionísio. O encontro privado com membros da Companhia de Jesus conclui o dia 4 de dezembro. No domingo, 5 de dezembro, o Papa voa para Mitilene, na ilha grega de Lesbos, para transmitir seu encorajamento aos refugiados do “Reception and identification centre”. No final da manhã, ele retorna a Atenas, onde à tarde preside a celebração da Missa no Megaron concert hall. À noite, visita de cortesia de Sua Beatitude Ieronymos II ao Santo Padre na Nunciatura Apostólica. No dia 6 de dezembro, Francisco recebe o presidente do Parlamento grego antes do encontro com os jovens na Escola São Dionísio das Irmãs Ursulinas de Maroussi e da cerimônia de despedida.

 

- Arcebispo Aldo Cavalli nomeado pelo Papa visitador apostólico em Medjugorje

O arcebispo, até agora núncio na Holanda, de 75 anos de idade, sucede ao polonês Henryk Hoser que falelceu em agosto passado. Esta é uma missão exclusivamente pastoral que não entra na questão da veracidade ou não das aparições marianas.

Vatican News

O Papa Francisco nomeou como novo visitador apostólico em carácter especial para a Paróquia de Medjugorje, por tempo indeterminado e ad nutum Sanctae Sedis, o arcebispo Aldo Cavalli, até agora núncio apostólico nos Países Baixos e representante permanente na Organização para a Proibição de Armas Químicas. Sucede ao arcebispo polonês Henryk Hoser, que faleceu em 13 de agosto em Varsóvia aos 78 anos de idade, e que ocupava este cargo desde 2018.

Núncio em três continentes

Dom Cavalli completou 75 anos de idade no dia 18 de outubro passado. Nascido em Muggianico di Lecco, Lombardia, em 1946, numa família de padeiros, foi ordenado sacerdote em Bergamo em 1971. Completou os seus estudos na Pontifícia Academia Eclesiástica, entrando para o serviço diplomático da Santa Sé em 1979. Nomeado núncio apostólico, foi sagrado bispo em 1996, como arcebispo titular de Vibo Valentia. Guiou as nunciaturas de São Tomé e Príncipe (1996), Angola (1997), Chile (2001), Colômbia (2007), Líbia e Malta (2013) Países Baixos (2015) e foi também foi representante permanente na Organização para a Proibição de Armas Químicas (2015). Em 15 de maio, foi recebido em audiência pelo Papa Francisco.

Uma missão exclusivamente pastoral

O cargo de visitador apostólico – especificou a Sala de Imprensa vaticana quando da nomeação de dom Hoser – tem caráter "exclusivamente pastoral", de acompanhamento "estável e contínuo" da comunidade paroquial desta pequena cidade na Bósnia-Herzegovina e dos muitos fiéis que ali vão em peregrinação, "cujas necessidades requerem uma atenção especial". Um papel pastoral, portanto, que não entra na questão das aparições marianas que alguns jovens afirmam ter  desde 24 de Junho de 1981.

Autorização oficial para peregrinações

Em maio de 2019, o Papa Francisco autorizou peregrinações a Medjugorje, que podem, portanto, desde então, ser oficialmente organizadas por dioceses e paróquias e não apenas em forma privada.

Papa aos jovens de Medjugorje: tenham a coragem de seguir Jesus

Em agosto passado, o Papa enviou uma mensagem aos jovens reunidos para a tradicional Mladifest, o encontro anual de oração em Medjugorje, exortando-os a terem a coragem de seguir Jesus: "Tenham a coragem - disse ele - de viver a sua juventude confiando-se ao Senhor e colocando-se a caminho com Ele. Deixem-se conquistar pelo seu olhar de amor que aos liberta da sedução dos ídolos, das falsas riquezas que prometem vida mas trazem a morte. Não tenham medo de acolher a Palavra de Cristo e de aceitar o seu chamado. Não desanimem como o jovem rico do Evangelho; em vez disso, fixem o seu olhar em Maria, o grande modelo da imitação de Cristo, e confiem-se a Ela que, com o seu "eis-me aqui", respondeu sem reservas ao chamado do Senhor".

Medjugorje para encontrar Cristo através de Maria

Hoser disse ao Vatican News que os peregrinos vão a Medjugorje, vindos de todo o mundo "para se encontrarem com Cristo e com a sua Mãe". "O caminho mariano", disse ele, "é o mais certo e o mais seguro" porque conduz a Jesus. Em Medjugorje, de fato, os fiéis têm "no seu centro a Santa Missa, adoração ao Santíssimo Sacramento, uma grande frequência ao Sacramento da Penitência". É um verdadeiro culto "cristocêntrico" - observou - vivido com a proximidade da Virgem Maria, venerada com o nome de "Rainha da Paz".

 

- Monsenhor Soviguidi é o novo observador permanente na Unesco

Beninense, com 50 anos, o representante pontifício estava até agora em serviço na Secretaria de Estado, depois de uma longa experiência em várias nunciaturas. Ele sucede ao arcebispo Francesco Follo.

A Santa Sé tem um novo embaixador na Unesco. Depois do longo serviço como representante na agência da ONU a partir de 2002 prestado pelo arcebispo Francesco Follo, agora com 75 anos, o Papa nomeou nesta terça-feira, 30, para sucedê-lo a monsenhor Eric Soviguidi, conselheiro da Nunciatura, até agora em serviço na Seção de Relações com os Estados da Secretaria de Estado.

O novo representante pontifício nasceu em Abomey, Benin, em 1971. Foi ordenado sacerdote em 1998 e formou-se em Direito Canônico. Entrou para o Serviço diplomático da Santa Sé em julho de 2005, trabalhando posteriormente nas Nunciaturas Apostólicas no Haiti, Gana, Haiti, Tanzânia, Guatemala e na Seção para Relações com os Estados da Secretaria de Estado. Fala francês, italiano, inglês e espanhol.

Fonte: Vatican News