Saúde

Variante Ômicron exige cuidado e preparação, dizem especialistas





Isabella Ballalai e Rosana Ritchmann falam sobre os impactos da nova cepa no Brasil e defendem aplicação de dose de reforço na população

A descoberta da variante Ômicron e a preocupação de que ela possa causar uma nova onda de casos de Covid-19 devem inspirar cuidados e preparações por parte dos governos.

A opinião é das especialistas Isabella Ballalai, pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira Imunizações (SBIm), e Rosana Ritchmann, infectologista do Instituto Emilio Ribas.

Em entrevista à CNN nesta sábado (4), Ballalai disse que ainda é preciso entender melhor o impacto da nova cepa na circulação do coronavírus.

“Temos uma perspectiva de que a Ômicron não seja uma variante que fuja das vacinas, mas é claro, corremos o risco da volta da circulação do vírus com uma taxa maior [de infecção]”, explicou.

Já Ritchmann opinou que a variante tornou até mais fácil a tomada de algumas decisões do ponto de vista das políticas públicas.

“Antes dessa variante vinhamos discutindo se deveria ter Carnaval, Réveillon, e quais eram os riscos. Vendo um cenário mais favorável aqui no Brasil, claro que estávamos animados para querer flexibilizar mais. Essa variante ajuda a gente a falar que realmente não é hora de flexibilizar”, afirmou.

As duas também defenderam a importância de que a população brasileira complete o esquema vacinal com duas doses (ou dose única) das vacinas contra a Covid-19 e também que seja oferecida uma dose de reforço contra a doença assim que houver vacina para toda a população.

“Está saindo estudo atrás de estudo [mostrando] que ao fazer a terceira dose, a dose de reforço, a quantidade de proteção sobe muito e mais rápido do que com as duas primeiras doses”, explicou a infectologista.

 

Confira outras notícias:

Holanda confirma 18 casos da ômicron em voos da África do Sul

A Holanda confirmou neste sábado (4.dez.2021) 18 casos da variante ômicronem 2 voos que partiram da África do Sul. Os aviões decolaram em 26 de novembro, 2 dias depois de o país africano identificar a nova cepa. As informações são da Reuters. 

Os voos tinham mais de 600 passageiros, todos testados. Entre eles, 61 foram diagnosticados com covid, e 18 estavam infectados com a ômicron. 

Em comunicado, Instituto de Saúde da Holanda (RIVM) afirmou que a investigação nos 2 voos foi encerrada. Segundo o órgão, as pessoas que receberam o diagnóstico e não apresentaram sintomas poderão sair do isolamento neste sábado (4.dez). 

Na última 5ª feira (2.dez.2021), quando 14 casos da ômicron haviam sido confirmados nos voos, as autoridades holandesas afirmaram que todos estavam vacinados contra a covid-19. A nova cepa foi detectada no país em testes coletados entre os dias 19 e 23 de novembro, antes de a África do Sul confirmar o 1ª caso. 

 

- Seguindo recomendação estadual, cidade do Rio decide cancelar festa de Réveillon

"Tomo a decisão com tristeza", disse o prefeito Eduardo Paes (PSD); segundo ele, não há como organizar a festa sem a garantia de todas as autoridades sanitárias

A cidade do Rio de Janeiro decidiu cancelar a festa de Réveillon, seguindo a recomendação do comitê científico do estado. O anúncio foi realizado na manhã deste sábado (4) pelo prefeito Eduardo Paes (PSD).

“Tomo a decisão com tristeza, mas não temos como organizar a celebração sem a garantia de todas as autoridades sanitárias”, escreveu nas redes sociais. “Se é esse o comando do Estado (não era isso o que vinha me dizendo o governador), vamos acatar.”

No início desta semana, o prefeito disse à CNN que o surgimento da variante Ômicron do coronavírus não mudou os planos da prefeitura de realizar a cerimônia na virada do ano. A cidade descartou um caso suspeito nesta sexta-feira (3) após análise da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O analista de política da CNN Leandro Resende revelou nesta sexta que os grupos de especialistas que auxiliam o governo do estado do Rio e a prefeitura da capital tinham visões diferentes sobre a realização da festa de Réveillon na cidade.

Ambos avaliam que a cidade e o estado do Rio vivem seu melhor momento no enfrentamento à pandemia, mas o comitê científico estadual considera que a comemoração deveria ser cancelada com a chegada da nova cepa ao Brasil.

Pelo Twitter, Paes afirmou que “respeita a ciência”. “Como são opiniões divergentes entre comitês científicos, vamos sempre ficar com a mais restritiva. O Comitê da prefeitura diz que pode. O do Estado diz que não. Então não pode. Vamos cancelar dessa forma a celebração oficial do réveillon do Rio”, escreveu.

Em todo o país, outras 20 capitais e o Distrito Federal já anunciaram que não realizaram a comemoração. À CNN, as prefeituras disseram que a preocupação com a pandemia é o principal motivo para a decisão.

“Espero poder estar em Copacabana abraçando a todos na passagem de 22 para 23. Vai fazer falta mas o importante é que sigamos vacinando e salvando vidas”, disse Paes ao anunciar o cancelamento de uma das festas mais tradicionais do Rio.

Fonte: CNN Brasil - Poder360