Política

Bolsonaro suspende reajuste salarial prometido a carreiras policiais





Em entrevista para uma rádio, o presidente disse que conversou com servidores para adiar aumento para 2023

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o reajuste salarial para servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal (PF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) está suspenso. O aumento era uma promessa do presidente, feita em dezembro de 2021, com a intenção de privilegiar a categoria e recuperar o apoio.  A afirmação foi feita em entrevista à Jovem Pan News.

Em 2021, o chefe do executivo prometeu aos profissionais de segurança pública que o governo reservaria um reajuste à categoria. Entretanto, na entrevista, Bolsonaro disse que a ideia de favorecer as três categorias estava suspensa. “A gente pode fazer justiça com três categorias e não fazer justiça com as demais, eu sei disso! Mas fica aquela velha pergunta a todos, vamos salvar as três categorias, ou vamos sofrer todos no decorrer do ano”, questiona. “Só o tempo vai dizer como será decidido”, declarou.

Bolsonaro disse ainda  que a decisão está sendo avaliada. “A intenção inicial foi sim, não vou negar, de reservar algum reajuste para os policiais federais, policiais rodoviários e ao Departamento penitenciário”, afirmou. Ele afirmou ainda que conversou com o pessoal para um reajuste em 2023. “Sei que está longe, mas por ocasião da feitura do mesmo, ano que vem os servidores serão contemplados com o reajuste salarial merecido.”

Nesta semana, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), se manifestou, afirmando que não há espaço no orçamento para a concessão de reajustes salariais a servidores. O general ainda colocou em dúvida o aumento já prometido a categorias como servidores da Segurança e da Saúde. "Você sabe muito bem que não tem espaço no orçamento para isso, né?", apontou.

 

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Bolsonaro decide vice e quer Damares senadora em SP

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que já tem seu nome favorito para integrar a chapa que disputará a reeleição à Presidência em outubro. Afirmou, porém, que só divulgará “na hora certa”. O chefe do Executivo afirmou que gostaria de indicar a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) para concorrer ao Senado por São Paulo.

“Logicamente tenho um vice — que é do coração e da razão — que a gente vai anunciar na hora certa. Anunciando agora é só complicação e confusão. Graças a Deus temos leque grande de pessoas”, disse em entrevista à Jovem Pan News.

Além da ministra Tereza Cristina (Agricultura), são cotados para a vaga de nº 2 da chapa que disputará a reeleição o ministro Walter Braga Netto (Defesa), o atual vice-presidente Hamilton Mourão e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Na bolsa de apostas bolsonarista, o nome de Tereza reúne mais apoio, inclusive do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. Mourão é o que tem, hoje, menos chance. Deve disputar outro cargo eletivo.

Bolsonaro continuou: “Posso adiantar uma possível senadora para São Paulo: a ministra Damares. Possível candidata ao Senado. Não está batido o martelo. O convite foi feito. Tarcísio [de Freitas, possível candidato ao governo de São Paulo] gostou da possibilidade. Fiz o convite, e ela vai avaliar”.

Na entrevista, Bolsonaro fez críticas aos pré-candidatos do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e do Podemos, Sergio Moro. Disse que o petista lavou as mãos ao falar sobre aborto e que o ex-juiz não teria “levado avante” delação premiada que cita o senador Álvaro Dias, seu colega de partido.

“Vi o Lula falando que é contra aborto, mas decisão cabe à mulher. Ou seja, lavou as mãos. Tentou agradar todo mundo. Mas sabemos posição dele. Quem indicou para STF no tocante a essa questão. Moro é livre para fazer campanha, não sei se vai disputar”, disse. “Não adianta Lula falar que não houve roubalheira, houve”.

Sobre Moro, declarou: “Já têm denúncias de que ele não teria levado avante delação premiada contra Álvaro Dias. Se são verdadeiras ou não, não sei. Mas houve delação”.

 

 

- Bolsonaro diz que falou com Lewandowski sobre vacinação infantil

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que conversou com o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, sobre suas últimas decisões que versam sobre a vacinação de crianças e adolescentes contra a covid-19.

“Quando começaram as notícias de que a vacina seria obrigatória e que iriam multar pais, eu liguei pessoalmente para o ministro Lewandowski. Ele esclareceu que a vacina, conforme despacho dele, não é obrigatória para crianças. Ele confirma que foi uma ação em resposta à Rede Sustentabilidade, dizendo que nenhum governador ou prefeito pode aplicar sanções a pais que não queiram vacinar seus filhos”, disse Bolsonaro em entrevista à Jovem Pan News.

Segundo Bolsonaro, 2 assuntos foram tratados com o ministro:

  • a decisão que abriu prazo para Estados e o Distrito Federal explicarem supostas irregularidades na vacinação de crianças e adolescentes;
  • a suposta punição pretendida por governadores e prefeitos para multar pais que não querem vacinar seus filhos;

O 2º despacho ao qual se refere o presidente, encaminhou ofícios aos Ministérios Públicos Estaduais para que os órgãos fiscalizem e multem pais que deixarem de vacinar seus filhos. A imunização infantil obrigatória se baseia no Estatuto da Criança e do Adolescente. Eis a íntegra do despacho (180 KB).

Foi nesse caso que o ministro do STF tratou de um pedido da Rede Sustentabilidade, que solicitou a atuação dos Conselhos Tutelares na fiscalização. Lewandowski entendeu que as Promotorias também deveriam ser incluídas na tarefa.

Bolsonaro disse que, em sua conversa com Lewandowski, não houve menção a possíveis punições aos pais. Lewandowski deixou bem claro que não há intenção por parte dele de autorizar prefeitos e governadores a buscarem pais para aplicar sanções”.

Poder360 entrou em contato com a assessoria do ministro e solicitou manifestação de Lewandowski sobre o assunto, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço permanece aberto para manifestação.

Fonte: Poder360 - Correio Braziliense