Economia

Dólar sobe, a R$ 5,26, motivado por ata do Copom; Bolsa fecha em alta





O dólar fechou em alta de 0,11% hoje, a R$ 5,26, depois de ter um dia de queda ontem. A mudança foi provocada pela última ata de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que prometeu medidas mais duras para combater a inflação no Brasil. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), terminou o dia em alta de 0,21%, aos 112.234,46 pontos, também influenciado pela reunião de hoje.

Assim, as variações semanais e mensais seguem estáveis, enquanto a anual teve aumento de 7,07%.

Juros mais altos no Brasil são, no geral, vistos como positivos para o real, já que elevam o carrego (retorno oferecido por diferenciais de taxas de empréstimo) da moeda brasileira. Mas os riscos fiscais destacados pelo Banco Central na ata de hoje mantinham alguma cautela entre investidores.

Ante a semana passada, o dólar apresentou queda de 1,15%. No comparado com janeiro, a moeda norte-americana teve baixa de 0,85% e, em relação a 2021, caiu em 5,65%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Copom tira o pé do acelerador

O Copom reafirmou, por meio da ata, a intenção de reduzir o ritmo de alta da Selic (a taxa básica de juros) na próxima reunião, em março. A intenção de tirar o pé do acelerador ocorre mesmo diante de uma inflação que não para de surpreender, e pode ficar fora da meta pelo 2º ano seguido, de recorrentes preocupações fiscais e de um ambiente externo mais negativo para emergentes.

"Em relação aos seus próximos passos, o Comitê antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros. Essa sinalização reflete o estágio do ciclo de aperto, cujos efeitos cumulativos se manifestarão ao longo do horizonte relevante", disse o colegiado na ata.

Essas ideias expressas na ata já constaram do comunicado da semana passada. O BC ainda repetiu que poderão ser feitos ajustes nos próximos passos para convergência da inflação às metas e a depender da evolução do balanço de riscos, da atividade econômica e das projeções e expectativas de inflação.

Apesar de sinalizar uma redução do ritmo a partir da próxima reunião, o Copom voltou a dizer, assim como no comunicado de dezembro, que é apropriado que o ciclo de aperto monetário "avance significativamente em território contracionista", preocupado com o aumento de suas projeções de inflação e com o risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos.

"O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas", repetiu a ata.

 

Dólar reduz alta com apostas em juro mais alto no Brasil

Moeda norte-americana fechou o dia a R$ 5,26

O dólar até fechou em alta nesta terça-feira, mas chegou ao fim da sessão em tom mais fraco e longe das máximas do dia, com operadores reduzindo a demanda pela moeda norte-americana na esteira da melhora do sentimento externo e após interpretações de que os juros no Brasil poderão subir ainda mais, provendo assim um escudo mais forte para a taxa de câmbio.

O dólar à vista terminou em leve alta de 0,12%, a R$ 5,2604.

Ficou, assim, distante do pico intradiário, quando bateu R$ 5,291 (+0,7%). Na mínima, a cotação registrou variação negativa de 0,05%, a R$ 5,2514.

Uma cesta de moedas emergentes chegou ao fim da tarde em ligeiro ganho de 0,05%, após cair quase 0,2% na mínima de mais cedo. Outra evidência do clima melhor entre os investidores, as bolsas de valores de Nova York tinham firmes altas, tomando fôlego em relação a mais cedo.

O foco dos mercados está em dados de inflação nos Estados Unidos a serem divulgados nesta semana, mas enquanto isso o "trade" positivo com emergentes prossegue, a despeito das incertezas sobre as altas de juros em países desenvolvidos -- que poderiam reduzir a atratividade de moedas como o real.

Nesse sentido, o câmbio encontrou algum suporte no entendimento de operadores, baseado na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), de que o Banco Central poderia elevar mais os juros no Brasil, possivelmente acima de 12%, ante os atuais 10,75%.

O juro implícito em contratos a termo de real para um ano subiu a 11,7% anuais nesta terça, contra mínima recente de 11,36%.

"Os ativos locais, em especial o real, têm apresentado desempenho absoluto e relativo bastante positivo neste começo de ano. Acredito que o diferencial de juros, a atratividade de nossa bolsa e, consequentemente, os fluxos, estão favorecendo este movimento", comentou Dan Kawa, diretor de investimentos e sócio da TAG Investimentos, que, contudo, levanta dúvidas sobre a sustentabilidade dessa dinâmica.

"Tenho enormes dificuldades em acreditar que este movimento será estrutural. Não sei dizer ao certo até onde o movimento irá, mas acredito que será mais pontual do que permanente", completou.

Ibovespa

O principal índice da bolsa brasileira fechou em leve alta nesta terça-feira, após acelerar no final do pregão, com o efeito de dia positivo em Wall Street superando o impacto da queda do petróleo e da indicação pelo Banco Central de aperto monetário para além do esperado por parte do mercado.

Os papéis da Petrobras e de outras petrolíferas pressionaram o índice, enquanto Vale e JBS estiveram na ponta oposta.

De acordo com dados preliminares, o Ibovespa subiu 0,22%, a 112.239,13 pontos. O volume financeiro da sessão foi de R$ 22,6 bilhões.

Fonte: UOL com Reuters - Agência Brasil