Política

Rússia e Ucrânia iniciam negociações em Belarus





Rússia e Ucrânia iniciam na manhã desta 2ª feira (28.fev.2022) negociações em Belarus. O consenso entre os 2 países sobre o diálogo abre a 1ª possibilidade de fim da guerra, iniciada na madrugada de 5ª feira (24.fev) com a invasão russa ao território ucraniano. As conversas começaram pouco depois das 12h no horário local (6h em Brasília). 

Pouco antes, o ministério das Relações Exteriores de Belarus publicou no Twitter uma foto da sala preparada para receber as delegações. “Em Belarus, tudo pronto para sediar as negociações Rússia-Ucrânia. Aguardando a chegada das delegações”, escreveu.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou  que a delegação de seu país “não impôs precondições” para o começo das conversas. Ele tratou do início das negociações com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko.

Mas exigiu que os aviões, helicópteros e mísseis em território do país permaneçam em terra até os representantes ucranianos retornarem.

“Nós concordamos que a delegação ucraniana se encontrará com a da Rússia sem precondições sobre a fronteira da Ucrânia com a Belarus, nas proximidades do rio Pripyat”, relatou Zelensky por meio do Telegram.

A agência Tass apurou que a negociação poderia ter começado no domingo. Mas a logística para a chegada da delegação ucraniana impediu. Liderados pelo assessor de Putin, Vladimir Medinsky, os representantes da Rússia, se deslocaram de Minsk, capital belarussa, para o local da negociação, na região de fronteira com a Ucrânia.

Até o domingo, Zelensky resistia em negociar em Belarus, país aliado à Rússia. A guerra, entretanto, escalou rapidamente desde 5ª feira. O Exército russo chegou aos arredores de Kiev, a capital ucraniana que já sofria bombardeios. O Ministério do Interior informou que o conflito provocou 352 mortes, incluindo 14 crianças.

Putin aumentou a pressão ao pôr em alerta suas forças nucleares como ameaça à Ucrânia e a seus aliados europeus. Entretanto, sentiu o impacto de sucessivas retaliações econômicas aplicadas pelos Estados Unidos e a União Europeia.

Em especial, as anunciadas no sábado (26.fev), que permitem o congelamento de boa parte dos US$ 630 bilhões das reservas internacionais russas. A punição foi adotada pela 1ª vez e deverá esgotar a capacidade econômica do país de levar adiante a guerra. Aos 2 maiores bancos da Rússia, ambos com participação majoritária do governo, também foram alvos de sanções adicionais.

A Rússia será alvo na 2ª feira de votação, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de resolução de condenação por sua invasão da Ucrânia. A tendência é de aprovação. No Conselho de Segurança, onde tem poder de veto de resoluções, Moscou impediu tentativa similar.

No domingo, o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, havia se oferecido para mediar as negociações. Bennett conversou com Putin. Na 6ª feira (25.fev), já havia apresentado a mesma proposta a Zelensky, que chegou a sinalizar positivamente.

Índia e Emirados Árabes Unidos abstiveram-se de votar a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas de condenação à Rússia pela invasão à Ucrânia. Disseram preferir a neutralidade para, talvez, atuarem como mediadores.

O Azerbaijão, com bom trânsito com os 2 países, foi apontado como provável mediador. Mas o presidente azerbaijano, Ilham Aliyev, visitou Putin na 3ª feira (22.fev) em Moscou –3 dias antes do ataque.

 

- Mais de 500 mil refugiados deixaram a Ucrânia, diz ONU

Guerra entra em seu 5º dia; número de pessoas que fogem do país aumenta a cada dia, com ataques em áreas civis

A guerra na Europa já fez com que mais de 500 mil pessoas fugissem da Ucrânia. Os números foram divulgados nesta 2ª feira (28.fev.2022) pela Acnur (Agência da ONU para Refugiados).

A situação naquela região do Leste Europeu piora a cada dia e o número de refugiados está aumentando. No domingo (27.fev), eram 368 mil e na 5ª feira (24.fev), 1º dia da guerra da Rússia contra a Ucrânia, o número era cerca de 150 mil pessoas.

Segundo Filippo Grandi, alto comissário da ONU para refugiados, países que estão recebendo as pessoas que fogem do território ucraniano são Polônia, Hungria, Romênia e Moldávia. Essas nações têm fronteiras com a Ucrânia.

A Acnur estima que o número de pessoas que precisarão fugir da Ucrânia pode chegar a 4 milhões se a situação do país piorar. A agência afirma que está aumentado suas operações no país para fornecer ajuda humanitária.

O órgão da ONU pede ainda que os civis sejam protegidos, assim como as infraestruturas civis ucranianas. A Acnur lembra que a proteção da população civil durante conflitos é prevista em leis humanitárias internacionais.

Segundo a ONU, 102 civis mortos, sendo 7 deles crianças. O governo ucraniano fala em 352 mortes de cidadãos do país até o 4º dia do conflito.

5º DIA DE GUERRA

De acordo com o serviço ucraniano de comunicações especiais, a capital Kiev e Kharkiv estão novamente na mira dos rivais.

Explosões são ouvidas novamente em Kiev e em Kharkiv. Antes disso, estava calmo na capital ucraniana por várias horas”, informou a agência.

Em Chernihiv, cerca de 150 km a noroeste de Kiev, um míssil atingiu um prédio residencial no centro da cidade. Os 2 andares inferiores do edifício pegaram fogo, de acordo com o serviço estatal de comunicações especiais. Sirenes foram acionadas e a população orientada a procurar abrigo.

 

- Ucrânia liberta presos com experiência em combate

A Ucrânia decidiu libertar prisioneiros que tenham experiência em combate para lutarem na guerra contra a Rússia. O anúncio foi feito nesta 2ª feira (28.fev.2022) pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Qualquer um que pode se juntar a luta contra os invasores deve o fazer. Assim, uma decisão foi tomada — uma que não foi fácil do ponto de vista moral, mas útil do ponto de vista de nossa proteção”, disse Zelensky em um pronunciamento aos ucranianos. “Sob a lei marcial, participantes em hostilidades — ucranianos com experiência real em combate — serão libertados de custódia e serão capazes de compensar suas culpas nos principais pontos da guerra.”

Esse é o 5º dia da guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Zelensky afirmou que todas as sanções para as pessoas que participaram em operações anti-terrorismo. “A chave agora é defesa.”

Segundo o governo ucraniano, 4.500 soldados russos foram mortos desde o início da invasão. O presidente também afirma que 16 crianças ucranianas foram mortas e 45 foram feridas pelo ataque russo.

No total, até o 4º dia da guerra em curso entre Rússia e Ucrânia, o Ministério do Interior ucraniano reportou 352 mortes de cidadãos do país. Já a ONU (Organização das Nações Unidas) fala em 102 civis mortos, sendo 7 deles crianças.

Zelensky agradeceu à UE (União Europeia) pelo fornecimento de armas. Durante o final de semana, a Alemanha, França e Holanda decidiram enviar armas ao governo ucraniano. O Conselho Europeu também falou em facilitar o envio de ajuda militar.

Mas o presidente ucraniano também reforçou seu pedido para a entrada da Ucrânia na UE. Esse é um interesse do país antes mesmo do início da guerra.

Pedimos à União Europeia a imediata entrada da Ucrânia por um novo e especial protocolo. Somos gratos aos nossos parceiros por nos apoiarem. Mas nosso objetivo é estar com todos os europeus e, mais importante, sermos iguais. Eu estou confiante que isso é justo. Estou confiante que merecemos.

No 5º dia da guerra, representantes da Ucrânia e da Rússia estão em reunião na fronteira de Belarus para tentar chegar a um acordo para o cessar-fogo. Ainda assim, os ataques as principais cidades ucranianas voltaram a acontecer na manhã desta 2ª feira (28.fev).

Fonte: Poder360