Política

Todos precisam parar com essa luta, diz Zelensky





Presidente ucraniano concedeu uma entrevista exclusiva à CNN diretamente do bunker em Kiev 

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu ao presidente norte-americano Joe Biden que dê uma mensagem forte e “útil” sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia em seu discurso sobre o Estado da União nesta terça-feira (1º), em uma entrevista exclusiva à CNN do bunker em Kiev de onde ele está liderando a resposta de seus militares.

“É muito sério… não estou em um filme”, disse Zelensky, ex-ator de comédia, à CNN. “Não sou um ícone, acho que a Ucrânia é um ícone […] A Ucrânia é o coração da Europa, e agora acho que a Europa vê a Ucrânia como algo especial para este mundo. É por isso que o mundo não pode perder esse algo especial”.

Zelensky afirmou que enquanto o ataque de Moscou às cidades ucranianas continuar, pouco progresso poderá ser feito nas negociações.

“Você tem que falar antes de tudo. Todo mundo tem que parar de lutar e voltar ao ponto de onde começou cinco, seis dias atrás“, disse Zelensky. “Acho que há coisas principais que você pode fazer… Se você fizer isso, e aquele lado fizer isso, significa que eles estão prontos para a paz. Se eles (não estiverem) prontos, significa que você está apenas perdendo tempo”.

Questionado se achava que a Ucrânia está perdendo tempo conversando com a Rússia, ele disse: “Vamos ver”.

Autoridades dos dois países se reuniram pela primeira vez na segunda-feira (28) desde que a invasão russa começou na semana passada.

Novos ataques abalaram Kiev nesta terça-feira, com a Rússia intensificando seu ataque à capital e outros locais importantes.

Há temores de que a Rússia esteja tentando derrubar a infraestrutura de comunicações da cidade depois de atingir uma área perto da torre de TV de Kiev, derrubando equipamentos de transmissão, de acordo com o Ministério de Assuntos Internos da Ucrânia.

Zelensky recebeu elogios da imprensa mundial por sua resposta à invasão da Rússia, tendo recusado ofertas de evacuação e, em vez disso, entregando mensagens frequentes aos ucranianos enquanto Kiev é atacada.

Na terça-feira, ele foi aplaudido de pé ao se dirigir ao Parlamento Europeu por meio de um link de vídeo, dizendo: “Estamos lutando por nossa vida”. Ele também solicitou a admissão urgente da Ucrânia na União Europeia.

 

Confira outras notícias 

- Swift aguarda ordem para desconectar bancos russos

O Swift, principal sistema de pagamentos do mundo, disse nesta 3ª feira (1º.mar.2022) que aplicará as sanções anunciadas pelo Ocidente contra a Rússia assim que receber o comando legal para isso.

Os Estados Unidos e a União Europeia decidiram banir alguns bancos russos do Swift por causa da invasão russa à Ucrânia. O Swift disse que está aguardando a identificação desses bancos para fazer a desconexão.

“As decisões diplomáticas levaram o Swift aos esforços para acabar com esta crise e sempre cumpriremos as leis de sanções aplicáveis. Estamos conversando com essas autoridades para entender quais entidades estarão submetidas a essas novas medidas e vamos desconectá-las assim que recebermos instruções legais para fazê-lo”, afirmou o Swiff.

Segundo o Swift, os demais usuários do sistema de pagamentos global serão atualizados sobre a aplicação das sanções. Eis a íntegra do comunicado, em inglês (71 KB).

O Swift é o sistema de mensagens usado pelos bancos para fazer pagamentos e transferências internacionais. O sistema reúne mais de 11.000 instituições financeiras de mais de 200 países e processou cerca de 42 milhões de pagamentos e transações financeiras por dia em 2021.

Segundo a Associação Nacional Russa do Swift, a Rússia tem o 2º maior número de usuários do Swift, atrás apenas dos Estados Unidos. Cerca de 300 bancos russos estão no sistema. Por isso, a exclusão da Rússia do Swift pode dificultar o fluxo internacional de dinheiro e o comércio exterior do país.

Politicamente neutro

Nesta 3ª feira (1º.mar.2022), o Swift também prestou solidariedade com “aqueles que sofrem as trágicas consequências humanas da invasão da Ucrânia pela Rússia”. No entanto, reforçou a decisão de ser um ator politicamente neutro.

“Igualdade, diversidade, respeito mútuo e cooperação global são a base do Swift e os ideais que defendemos como uma cooperativa global e politicamente neutra”, afirmou o sistema.

O Swift disse ainda que seguirá apoiando “a estabilidade econômica, a resiliência e a prosperidade em todo o sistema financeiro global, para apoiar a resolução e a recuperação de longo prazo, bem como apoiar organizações humanitárias politicamente neutras”.

 

- Forças russas bombardeiam torre de TV em Kiev, capital da Ucrânia

O bombardeio pode afetar o sinal e dificultar a divulgação de notícias, segundo o conselheiro do Ministério do Interior da Ucrânia

O Governo ucraniano anunciou que forças russas atacaram a torre de TV em Kiev, capital da Ucrânia, na tarde desta terça-feira (01/03). O assessor do Ministério do Interior do país, Anton Herashchenko, confirmou a informação em suas redes sociais.

Imagem divulgada pelo canal verificado do Telegram da Ucrânia mostra a explosão. "Os canais ficarão fora do ar temporariamente. Em breve, a energia de backup será ligada para restabelecer os canais", informou.

A Rússia cumpriu a ameaça anunciada mais cedo pelo porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov e atacou Kiev. A torre de TV estatal no centro da capital, foi atingida por um míssel russo. Ainda não há notícias sobre mortos e feridos, mas uma coluna de fumaça pode ser visto de vários pontos da cidade.

"Para deter os ataques virtuais contra a Rússia serão realizados ataques com armas de alta precisão contra as infraestruturas tecnológicas do SBU (serviço de segurança) e o centro principal da Unidade de Operações Psicológicas em Kiev. Pedimos aos habitantes de Kiev que moram perto dos centros de retransmissão que abandonem suas residências", afirmou Konashenkov.

O bombardeio pode afetar o sinal e dificultar a divulgação de notícias, segundo o conselheiro do Ministério do Interior da Ucrânia, Anton Herashenko, nas redes sociais.

Fonte: CNN Brasil - Poder360 - Correio Braziliense