Economia

Dólar cai a R$ 5,053 com embargo dos EUA à Rússia; Bolsa também tem queda





O dólar fechou a terça-feira (8) em queda de 0,52%, cotado a R$ 5,053 na venda, em dia de pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, contra a Rússia (veja abaixo). O resultado reflete um certo alívio no exterior a partir desta tarde, enquanto investidores seguem acompanhando os desdobramentos da guerra na Ucrânia, que chegou hoje ao 13º dia.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também terminou o dia em queda, esta de 0,35%, e chegou aos 111.203,45 pontos. É a quarta sessão seguida de perdas para o indicador, que na véspera tombou mais de 2%.

Com os resultados de hoje, o dólar agora acumula perdas de 9,37% em relação ao real em 2022. Já o Ibovespa subiu 6,09%, depois de despencar quase 12% no ano passado.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Anúncio dos EUA

Investidores repercutiram o anúncio do presidente dos EUA, Joe Biden, proibindo a importação de petróleo, gás e carvão russos, em retaliação à invasão da Ucrânia. Também circularam informações de que os ucranianos não mais estariam insistindo para integrar a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), um dos motivos usados pela Rússia para justificar a guerra.

O mercado começa a agora a dividir as atenções da guerra com outros temas potencialmente desfavoráveis ao real. Vale lembrar que o dólar, depois de tocar os R$ 4,99 há duas semanas, não conseguiu mais romper a barreira dos R$ 5 desde então.

O BTG Pactual destaca como riscos de impacto fiscal no Brasil a reunião de política monetária nos EUA, cujo resultado será divulgado no próximo dia 16, e às discussões sobre subsídios aos preços dos combustíveis. Para o banco, a combinação entre ambos tende a limitar a entrada de dólares e a realização do chamado "carry trade", estratégia em que investidores compram ativos em reais para lucrar com a diferença entre os juros nos dois países.

"Além disso, novos desenvolvimentos na corrida eleitoral doméstica e possível crescimento da incerteza a partir do conflito na Europa sugerem que o real perca força nos próximos meses", avaliou. "Esperamos que a taxa de câmbio seja de R$ 5,40 no final deste ano e seguimos afirmando que o patamar atual representa uma oportunidade para proteger os portfólios das turbulências que os eventos no calendário deste ano devem trazer".

Fonte: UOL com Reuters