Política

Risco de 3ª Guerra Mundial é real, diz chanceler russo





O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que o Kremlin se compromete a continuar as conversas de paz com a Ucrânia, mas alertou para o perigo “real” de uma 3ª Guerra Mundial que “não pode ser subestimado”. 

Em crítica ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o chanceler russo afirmou que Kiev “finge” negociar uma resolução para o impasse.

Ele é um bom ator. Se você olhar com atenção e ler atentamente o que ele diz, encontrará milhares de contradições […]. A boa vontade tem limites. Se ela não for recíproca, não contribui para o processo de negociação”, afirmou Lavrov em entrevista ao canal russo Channel One.

 A tensão entre as partes escalou nesta 2ª depois de um incêndio em um depósito de petróleo na cidade russa de Briansk, próxima à fronteira com a Ucrânia. Autoridades do país investigam as causas do incidente, que não deixou feridos.

Embora Moscou não tenha acusado a Ucrânia pelo ocorrido, veículos da mídia russa especularam sobre a possibilidade de o fogo ter sido causado por ataques a míssil vindos da Ucrânia, que não se pronunciou. 

Outra explosão também atingiu um prédio de governo na região separatista pró-Rússia na Moldávia. O governo local em Tiraspol, capital da Transnístria, informou que a fachada do ministério da Segurança Pública foi bombardeada por um lança-granadas, mas também não indicou a origem do ataque.

A Transnístria tem cerca de 500 mil habitantes e declarou independência da Moldávia em 1990 no processo de desmantelamento da estrutura administrativa soviética. Não é reconhecida pela comunidade internacional e depende do financiamento e proteção militar da Rússia.

Na 6ª feira (25.abr.), um general do Kremlin disse que um dos objetivos atuais da guerra, que completou 2 meses no domingo (24.abr.) é estabelecer “mais um ponto de acesso” à Transnístria. A conexão entre o território russo e a região separatista depende da costa ucraniana no Mar Negro, que inclui a cidade portuária de Odessa. 

O local foi alvo de um bombardeio que deixou ao menos 5 mortos e outras 18 pessoas feridas no sábado (23.abr.). Um bebê de 3 meses morreu.

 

Alemanha promete decisão rápida sobre envio de armas pesadas para a Ucrânia

Empresa de defesa alemã Rheinmetall RHMG.DE pediu autorização para exportar veículos de infantaria para a Ucrânia

A Alemanha decidirá em breve se aprovará o envio de 100 veículos de infantaria Marder antigos para a Ucrânia, disse um porta-voz do governo no que seria o primeiro carregamento de armas pesadas alemão destinado ao conflito entre russos e ucranianos.

A empresa de defesa alemã Rheinmetall RHMG.DE pediu autorização para exportar os veículos para a Ucrânia, disse uma fonte de segurança à Reuters, com o objetivo de restaurá-los antes de enviá-los nos próximos meses.

A Rheinmetall também solicitou aprovação para exportar 88 tanques Leopard 1A5 antigos, de acordo com o jornal alemão Die Welt, citando documentos.

A medida da Rheinmetall deve forçar o chanceler Olaf Scholz a tomar uma posição clara sobre se armas pesadas podem ser enviadas diretamente da Alemanha para a Ucrânia, pois os acordos exigem a aprovação do conselho de segurança nacional, que é presidido por Scholz.

Um porta-voz da Rheinmetall não quis comentar o assunto.

Scholz está enfrentando crescentes críticas em casa e no exterior por sua relutância em entregar armas pesadas, como tanques e obuses, para ajudar a Ucrânia a repelir ataques russos.

O porta-voz do governo alemão não deu um prazo para quando uma decisão sobre o acordo dos Marders seria tomada.

A ministra da Defesa, Christine Lambrecht, escreveu em uma carta à coalizão governista na semana passada que os pedidos de exportação para a Ucrânia “serão verificados com absoluta prioridade. Após a coordenação no gabinete, eles serão decididos no mesmo dia como regra geral”.

Em sua primeira visita à Ucrânia desde a invasão da Rússia, há dois meses, os secretários de Estado e de Defesa dos EUA prometeram no domingo (24) ajuda militar adicional a Kiev, incluindo armas avançadas.

Os pedidos ucranianos por armas pesadas se intensificaram desde que Moscou mudou sua ofensiva para a região leste de Donbass, um território visto como mais adequado para batalhas de tanques do que as áreas ao redor de Kiev, onde grande parte dos combates ocorreu até agora.

Moscou descreve suas ações na Ucrânia, agora entrando no terceiro mês, como uma “operação militar especial”.

 

- Departamento de Estado dos EUA apoia venda de munição para Ucrânia

O Departamento de Estado norte-americano usou uma declaração de emergência pela primeira vez durante o governo do presidente Joe Biden para aprovar uma potencial venda de US$ 165 milhões em munição à Ucrânia para ajudar o país a se defender contra a invasão da Rússia, informou o Pentágono.

O governo ucraniano pediu para comprar vários cartuchos da chamada munição fora do padrão, disse o departamento em comunicado, referindo-se a munições que não aderem aos padrões da Otan.

O Pentágono afirmou que o pacote pode incluir munição de artilharia para obuses, tanques e lançadores de granadas, como cartuchos de 152 mm para 2A36 Giatsint; 152 mm para canhões D-20; VOG-17 para lançador automático de granadas AGS-17; munição HE de 125 mm para cartuchos T-72 e 152 mm para 2A65 Msta.

"À medida que as forças ucranianas gastam munição para defender seu país, suas necessidades diárias de reabastecimento continuam aumentando", disse uma autoridade do Departamento de Estado.

"Armazenamentos criticamente baixos de munição para seus sistemas em campo" estão entre as razões pelas quais a autoridade do Departamento de Estado disse que "existe uma emergência".

Uma declaração de emergência não é usada desde 2019, quando o governo Trump informou aos comitês do Congresso que avançaria com 22 vendas militares para Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Jordânia.

Fonte: Poder360 - CNN Brasil - Agência Brasil