Saúde

Onde está a prevenção?: Morte por H1N1 volta a acontecer no AP





 

O Amapá foi um dos primeiros estados a atingir, pelo segundo ano consecutivo, a meta de população na campanha de vacinação contra a influenza com mais de 92% das doses aplicadas. Apesar da grande prevenção que “aparentemente” a população está recebendo, a vacina não inibiu a volta de uma ameaça já conhecida: o vírus H1N1.

Nesta última semana, a Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) confirmou a primeira morte em decorrência da influenza A neste ano. A vítima foi um menino de 4 anos, morador do município de Mazagão, que faleceu após dar entrada no Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), em Macapá, com sintomas da doença. O caso aconteceu em abril. A SVS realizou investigação na cidade, mas não identificou outros casos.

Ainda, segundo o órgão, foram coletados 22 amostras de casos suspeitos da doença, sendo que 15 deles foram descartados, quatro estão sob investigação e três foram confirmados.

Caos em Laranjal do Jari

A SVS reforça que os quatro casos em análise são de crianças que estão internadas em um hospital no município de Laranjal do Jari. Desde o início do ano, oito pessoas são suspeitas de morrerem por H1N1 na cidade, sendo que cinco eram crianças e dois adultos.

Apesar dos casos, a SVS informou que não há como identificar se a causa das mortes foi pela influenza A, pois quando iniciaram as investigações os óbitos já haviam ocorridos, impossibilitando a análise nessas pessoas.

O H1N1 causa os mesmos sintomas das outras versões do vírus influenza: febre alta, mal-estar, dor de cabeça, espirros e tosse. A diferença estaria no risco de complicações.

O órgão reforça que medidas estão sendo tomadas para identificar outros casos no município e evitar uma epidemia, já que o vírus é contagioso.

O último registro da doença ocorreu em 2016 quando dois casos foram confirmados, sendo as vítimas um bebê de 8 meses e um médico cubano. Ambos os casos foram diagnosticados após exames feitos no Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará. Já em 2018, uma mulher contraiu o subtipo H3N2 da Influenza A.

Onde está a prevenção?

É notório que uma intensa convocação para a campanha de vacinação contra a influenza foi realizado em cada estado brasileiro no último mês. Com atendimento de segunda a sexta-feira, além de um dia especifico para a campanha, denominado como “Dia D”, milhares de pessoas foram imunizadas nos municípios amapaenses.

Até o dia 27 de maio, mais de 92% do público alvo foi atingido. A porcentagem equivale a 188 mil doses utilizadas. Este é o segundo ano em que o Amapá atinge a meta de vacinação.

De acordo com o Ministério da Saúde, a vacinação protege a população contra todos os tipos graves do vírus da influenza A, que inclui H1N1, H2N2 e influenza B.

No entanto, o que se tem percebido é que a vacinação não tem sido suficiente para proteger contra o vírus que já registrou vítimas fatais no país, onde 407 casos e 86 óbitos ocorreram até o momento, grande parte no Amazonas.

A volta de casos envolvendo a doença que deveria estar inibida devido a vacinação volta a preocupar a população.