Política

Bolsonaro apelida Lula de nine e diz que eleição pode ser conturbada





Bolsonaro também criticou a revisão do marco temporal das terras indígenas pelo Supremo e ameaçou não cumprir a decisão caso seja favorável a novas demarcações. Proferindo palavrões, ele disse ainda que restaria "entregar a chave" da Presidência nas mãos do Supremo ou "não cumprir a decisão"

"O Brasil tem jeito, vocês foram excepcionais nessa pandemia, mas tudo pode acontecer. Podemos ter uma outra crise, podemos ter umas eleições conturbadas. Imagine acabarmos as eleições e pairar para um lado ou para o outro a suspeição de que elas não foram limpas? Não queremos isso. Vocês sabem o que o Brasil precisa”, disse.

Bolsonaro também criticou a revisão do marco temporal das terras indígenaspelo Supremo e ameaçou não cumprir a decisão caso seja favorável a novas demarcações. Proferindo palavrões, ele disse ainda que restaria "entregar a chave" da Presidência nas mãos do Supremo Tribunal Federal ou ainda "não cumprir a decisão".

"Eu sei que não deveria falar. Mas temos no Brasil o equivalente à Região Sudeste demarcada como terra indígena. Só para lembrar: São Paulo, Minas, Rio e Espírito Santo. Olha o tamanho da área. Isso demarcado como terra indígena. Está dentro do Supremo Tribunal Federal, que o ministro Fachin luta de todas as maneiras para aprovar o novo marco temporal. O que é isso? Leva-se em conta não mais o limite final de ocupação de terras por indígenas, mas fica sendo para a vida toda. De imediato, caso seja aprovado, nós teremos além da região Sudeste, uma área equivalente a região Sul demarcada como terra indígena e, pela localização geográfica, teremos mais uma área do tamanho do estado de São Paulo inviabilizada para o agronegócio. Acabou. Acabou, porra!".

"Não devemos medir palavras para defender o nosso Brasil. Ficam alguns de frescura: 'Ele fala palavrão'. Então, vota naquele do passado que falava bonito e ferrava vocês! A minha passagem de vida militar me fez usar alguns palavrões de vez em quando. Eu peço desculpa aos senhores, mas é uma realidade. O que sobra para mim se o Supremo aprovar isso daí? Eu tenho que pegar a chave da Presidência, entregar lá no Supremo e falar: 'Toma, é de vocês'. Ou falar: 'Não vou cumprir'. O que que eu faço? Isso não é minha vida, é de vocês todos", completou.

Em seguida, voltou a acenar ao empresariado pelas eleições de outubro.

"O meu juramento tenho certeza que é o mesmo de vocês, é dar a vida pela nossa liberdade. Nós não podemos esperar chegar 2024, 2025, olhar para trás e pensar: 'O que nós não fizemos em 2022 para o Brasil estar essa merda que está hoje?'. O linguajar é esse. Tem que chocar", defendeu.

Bolsonaro disse ainda que o senador Jaques Wagner (PT-BA), que atua na pré-campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem conversado com embaixadores para falar sobre a posse do petista e ironizou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Eu vejo hoje na mídia que o nosso querido Jaques Wagner já está entrando em contato com embaixadores sobre a posse do Lula. Quem está dando essa certeza para ele? Eu acho que não é o nosso inexpugnável TSE. Quem está dando essa certeza para ele? Quem eles querem enganar?", acrescentou.

O presidente também reclamou que o TSE não tenha acatado as sugestões apresentadas pelo Ministério da Defesa. Nenhuma delas foi acolhida, mas foi feita a ressalva de que algumas poderão ser incorporadas futuramente. "A alma da democracia é o voto. O TSE convida as Forças Armadas. Elas levantam mais de 600 vulnerabilidades. Dá para você entender? Se pegar uma peneira de um metro de diâmetro, tem mais vulnerabilidade que essa peneira. (As FA) Fazem seu trabalho, apresentam as sugestões, não valem as sugestões", criticou.

Por fim, apelidou Lula de "nine", o imitou com as mãos, baixando um dedo mindinho e disse que, caso o PT volte ao poder, o país levará 50 anos para se recuperar.

"Eu vi o 'nine' falando aí que eu vou perder a eleição e vou perder a minha família toda. Tá achando que vai me intimidar, pô? Dando recado? Ou nós decidimos no voto para valer, contabilizado, auditado ou a gente se entrega. E se se entregar, vai levar 50 anos ou mais para voltar a situação que está hoje em dia. Não sou o fodão, não, mas creio que já dei provas mais que prova suficiente a todos que a gente tem que conduzir com pulso firme o destino do Brasil".

 

- Petrobras está preocupada em ser campeã do mundo, diz Bolsonaro

Presidente volta a criticar distribuição de lucros da empresa e diz que o governo busca alternativas

O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez mais críticas nesta 2ª feira (16.mai.2022) à distribuição de lucros da Petrobras. Deu as declarações em evento do setor de supermercados em São Paulo (SP).

“As petrolíferas do mundo todo tiveram que diminuir sua margem de lucro, exceto a Petrobras Futebol Clube, essa está preocupada em ser campeã do mundo. Enquanto nós pensamos aqui que nosso time seja campeão brasileiro, a Petrobras quer ser a melhor do mundo”, disse.

Aos representantes do setor, o chefe do Executivo disse que não se opõe aos lucros da empresa, mas que, quando a situação não vai bem, o “outro lado”deve fazer mudanças.

“Dói mandar alguém embora ou quando alguém pede para ir embora? Dói, não é fácil, mas as coisas acontecem. Nós temos que mudar. Pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão”.

Mais cedo, ainda em Brasília, Bolsonaro disse a apoiadores que o Executivo não está parado e que teve vitória no Supremo Tribunal Federal com a decisão do ministro André Mendonça. Ele suspendeu na 6ª feira (13.mai) as regras que permitem a cada Estado cobrar um valor diferente de ICMS sobre o diesel.

“Esperamos nos próximos dias uma redução no valor do ICMS. Com toda certeza, vamos entrar na Petrobras nessas questões também. Não é possível uma petrolífera dar 30% de lucro enquanto as outras dão no máximo 15%, para atender interesses não sei de quem”, disse.

O chefe do Executivo criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, pela gestão da empresa e disse que sua equipe trabalha para conter a alta no preço dos combustíveis:

“Tem mais coisas para acontecer na questão do petróleo. Já sabem o que está acontecendo, não vou entrar em detalhes, mas sempre estamos fazendo algo para buscar alternativas”.

 

Confira outras notícias 

Justiça arquiva denúncia contra Flávio Bolsonaro por rachadinhas

Decisão da Corte Especial do TJ-RJ foi tomada depois de pedido do MP com base em decisão do STJ

A Justiça do Rio de Janeiro arquivou nesta 2ª feira (16.mai.2022) a denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das rachadinhas.

A decisão é da Corte Especial do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) e foi tomada pouco depois de o procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos, pedir a anulação da denúncia contra Flávio.

A solicitação tem como base a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que anulou decisões proferidas nas investigações da rachadinha. Foram derrubadas medidas cautelares que contribuíram para a obtenção de provas.

A Corte também anulou quebras de sigilo bancário e fiscal determinadas ao longo das investigações. O que forçou a promotoria a apresentar uma nova versão da denúncia contra o senador.

Além disso, em novembro de 2021, a 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu que Flávio tem foro privilegiado. Na ocasião, a Corte analisou um pedido do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) contra decisão que retirou da 1ª Instância a investigação contra o senador. Para o senador, a 2ª Instância do Judiciário é que deve processar e julgar seu caso.

Em nota ao Poder360, a advogada do senador, Luciana Pires, disse que o caso “está enterrado”. 

“O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro entendeu por rejeitar a denúncia envolvendo o Senador Flávio Bolsonaro. O STJ já havia anulado todas as provas. A defesa entende que o caso está enterrado e caso haja qualquer desdobramentos serão tomadas as medidas judiciais cabíveis”, declarou.

Entenda

Flávio foi denunciado em novembro de 2020 pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e peculato (uso de dinheiro público para fins pessoais).

A investigação mira repasses de salários de servidores do antigo gabinete de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) ao ex-assessor Fabrício Queiroz, prática popularmente conhecida como “rachadinha”.

Segundo a denúncia, Flávio seria o líder de uma organização criminosa que desviou R$ 6 milhões dos cofres da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) por meio da contratação de funcionários que repartiam parcial ou integralmente os seus salários com o ex-assessor Fabrício Queiroz, apontado como operador financeiro do esquema.

A investigação do MP-RJ foi aberta em 2018 após relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) identificar movimentações atípicas de R$ 1,2 milhões nas contas bancárias do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz, que trabalhava para Flávio na Alerj.

Fonte: Correio Braziliense - Poder360