Polícia

Médico que esqueceu gaze em corpo de paciente é indiciado pela polícia





Nesta segunda-feira, 5, a Polícia Civil do Amapá, por meio da 6ª Delegacia de Polícia da capital, indiciou um médico, de 39 anos de idade, pelo crime de lesão corporal culposa majorada pela inobservância de regra técnica de profissão (art. 129, §7º, Código Penal Brasileiro).  
 
Segundo o que foi apurado nas investigações, no mês de Março de 2019, um adolescente de 15 anos de idade foi internado em um hospital da cidade de Macapá-AP para ser submetido a uma cirurgia de apendicite.
 
Realizado o procedimento cirúrgico e após receber alta médica, o adolescente passou a sentir fortes dores na região abdominal, e se queixava a familiares de incômodos oriundo do local da cirurgia na oportunidade em que se sentava na carteira da sala de aula, ao caminhar e ao dormir.
 
A família do adolescente notou que do local onde havia sido feito a cirurgia aspergia uma secreção purulenta e resolveu procurar o serviço médico de dois hospitais distintos. Foi receitado antibióticos e analgésicos e orientações de cuidados com a ferida pós operatória.
 
Passados 66 (sessenta e seis) dias após a cirurgia, a adolescente notou que, do local onde foi feito a incisão cirúrgica, um pequeno pedaço de tecido têxtil semelhante a gaze/compressa estava sendo expelido pelo organismo.  
 
A família conduziu o adolescente novamente ao hospital e foi realizada uma nova cirurgia no local.
 
Da cavidade foram extraídas uma quantidade considerável de gaze/compressa que haviam sido esquecidas no corpo do adolescente.
 
Três testemunhas foram ouvidas e o médico responsável pela primeira cirurgia foi indiciado pelo crime de lesão corporal culposa majorada pela inobservância de regra técnica de profissão, cuja pena é de detenção de 02 (dois) meses a 01 (um) ano, aumentada de um terço.
 
Segundo o Delegado de Polícia Leandro Vieira Leite, que conduziu as investigações, “o esquecimento de um corpo estranho no organismo de uma pessoa pode gerar consequências nefastas, inclusive a morte, e nós não podemos aceitar isso como algo normal”.  
 
O Inquérito Policial foi encaminhado ao Ministério Público para as providências necessárias.