Educação
Enem 2023: 1° dia aborda racismo, cântico da torcida do Fluminense, Palestina, Jetsons e ditadura militar
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Neste domingo (5), prova traz 45 questões de linguagens, 45 de ciências humanas e redação.
Na primeira vez em que uma prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teve páginas coloridas, os temas das questões trataram de questões relevantes para o eixo de ciências humanas e de linguagens.
Para Claudio Hansen, do Descomplica, o tema central deste primeiro dia foi amulher e seu papel na sociedade. Segundo ele, diversas questões da prova discutiam o tópico, abordando violência, Lei Maria da Penha e inserção no mercado de trabalho, por exemplo.
Rodrigo Magalhães, professor de geografia do Colégio e Curso AZ, lembra que havia também uma questão sobre revisionismo de termos racistas, com o contexto de um cântico da torcida do Fluminense direcionada à torcida do Flamengo, que falava de “mulambo imundo”.
A palavra mulambo é um termo de origem angolana, que significa farrapo, e costuma ser usada em sentido negativo para apontar uma pessoa mal arrumada.
"O uso mais comum da expressão mulambo pode ser considerado racista, já que ela foi bastante explorado tanto na escravidão quando no pós", explicou ao g1 o doutor em linguística e autor do livro Racismo linguístico Gabriel Nascimento (leia mais sobre o termo na reportagem do g1 MG). Ele comentou que o termo é usado para apontar que pessoas pretas não parecem bem arrumadas.
Lista dos temas que caíram no Enem 2023
A prova do primeiro dia teve nível de dificuldade equilibrado, com questões, de fácil, médio e difícil complexidade. Entre os temas abordados nas perguntas, estão:
A prova de Linguagens, segundo Rafael Cunha, docente do Descomplica, teve mais questões interpretativas do que de conhecimento gramatical.
Segundo Luciane Bernardi, professora de Língua portuguesa no Cursinho da Poli, os escritores que apareceram na prova de linguagens foram predominantemente clássicos, com ênfase em escritores contemporâneos.
- Estudantes de Macapá não encontram nome na lista e perdem exame
A confusão aconteceu neste domingo (5) após o nome dos inscritos não constar na lista presencial e a comissão impedir acesso às salas.
A aplicação da primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 em Macapá teve confusão em uma escola. Os candidatos que iriam realizar a prova neste domingo (5) em um colégio foram realocados para outra, mais distante e, ao chegarem no local, não encontraram seus nomes na lista, o que gerou tumulto.
Pais e responsáveis fizeram um Boletim de Ocorrência coletivo pois os alunos não conseguiram acessar as salas onde fariam o exame.
A confusão aconteceu porque os candidatos que iriam realizar a prova do Enem na Escola Estadual Nanci Nina da Costa, no bairro Zerão, foram realocados para a escola Estadual Mário Quirino, no bairro Congós. Ao chegarem no local, os candidatos não encontraram seus nomes na lista e não conseguiram saber em qual sala realizariam a prova.
Segundo Rafael Lima, pai de um dos estudantes prejudicados, a prova ainda não tinha começado até às 14h30 por conta da dificuldade em organizar os inscritos nas salas.
"Eu mesmo tive que ajudar o meu filho a encontrar a sala que ele iria fazer a prova", afirma.
Ainda segundo o pai, a coordenação da escola orientou os candidatos que fossem de sala em sala em busca do nome na lista. Houve atraso na entrega da prova. Também, foi observado fluxo de outros candidatos pelo corredores sem nenhuma fiscalização, mesmo após os portões estarem fechados.
Após 2h40 de atraso, a coordenação chegou com as provas nas salas. Contudo, os candidatos se negaram a fazer o exame.
A Polícia Federal no Amapá foi acionada para conter os ânimos. A estrutura policial faz parte do Centro Integrado de Comando e Controle (CICCE), que está atuando diretamente durante a aplicação da prova deste domingo.
Até a última atualização desta reportagem, a coordenação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no Amapá não havia se pronunciado sobre o assunto.
Fonte: g1 - g1 AP
