Saúde

Taxa de ocupação de leitos de UTI da Covid-19 no Amapá atinge 100% durante restrição máxima





Secretário de Saúde diz que a demanda está numa velocidade maior que a abertura de vagas. Estado enfrenta medidas mais rígidas neste fim de semana, para tentar diminuir o contágio.

Neste sábado Amapá registra 100% dos leitos de UTI ocupados, segundo a secretaria de saúde

Neste sábado Amapá registra 100% dos leitos de UTI ocupados, segundo a secretaria de saúde 

Os cerca de 130 leitos de Covid-19 em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Amapá estavam todos ocupados na manhã deste sábado (27), segundo o secretário de Estado de Saúde, Juan Mendes. A marca foi atingida em meio à restrição máxima adotada pelo governo, que proibiu o funcionamento de uma série de serviços buscando diminuir o contágio do novo coronavírus. 

Com fila de espera em Unidades Básicas de Saúde (UBSs), a previsão do Estado é abrir mais 30 vagas até quarta-feira (31). 

Nós amanhecemos com 100% dos nossos leitos ocupados de unidade de terapia intensiva. No nosso último levantamento nós temos 12 pacientes em UBS precisando de leito de UTI. Nós temos outros pacientes nas unidades de porta de entrada, porém com todos os nossos esforços de abertura de leito, de usina de oxigênio, ainda assim, a demanda tem sido muito maior que a velocidade que nós estamos atendendo”, declarou Mendes.

Conforme relatório divulgado pelo Ministério Público por volta das 12h deste sábado, as UBSs estavam com 55 pacientes na fila para a UTI e outros 28 para vagas na enfermaria. 

Há duas semanas, o gestor havia declarado que o estado estava “à beira do colapso” em função dos casos confirmados da doença e a necessidade de internação de muitos desses pacientes. 

“A demanda de abertura é urgente, como a gente tem feito a cada dia, mas o que preocupa é que nós abrimos leitos e eles são imediatamente ocupados. […] Situação muito desafiadora. Nós estamos tendo esses leitos imediatamente ocupados com perfil muito diferente do pico anterior. Nós temos pacientes mais jovens, mais agravados e de cada 4 internações, 3 precisam de UTI”, descreveu. 

UTI do Centro Covid-HU do Amapá, em janeiro de 2021 — Foto: Marcelo Loureiro/GEA/Divulgação

UTI do Centro Covid-HU do Amapá, em janeiro de 2021 — Foto: Marcelo Loureiro/GEA/Divulgação 

Nos últimos 15 dias, a capital passou a registrar uma fila de espera nas UBSs, com internação nessas unidades para encaminhamento de pacientes aos centros de internação. 

No dia 16 de março, foi registrada a primeira morte do ano em uma unidade de porta de entrada de Macapá. Até este sábado, outros pacientes faleceram de Covid em UBS - sendo que dois óbitos ocorreram nas últimas 24 horas

Conforme o secretário, a situação preocupa e, para tentar solucionar o problema, um novo protocolo para identificação de risco dos pacientes foi adotado no Estado. 

Considerado pelo governo como um "lockdown", o decreto anunciado esta semana vale até quarta-feira (31). 

Neste sábado e no domingo (28), o governador Waldez Góes (PDT) determinou que "fecha tudo", permitindo funcionar somente alguns serviços como unidades de saúde, órgãos da segurança pública, igrejas, postos de combustíveis, farmácias e revendedoras de gás e água. 

Os supermercados e empresas semelhantes devem estar fechados. Os restaurantes, lanchonetes e outros estabelecimentos do ramo de alimentação não podem atender clientes presencialmente, somente por delivery. 

Duas prefeituras da Região Metropolitana de Macapá adotaram o rodízio da placas de veículos. Neste sábado, por exemplo, só podem circular veículos cujas placas são de número ímpar. 

 
 
Fonte: G1 Amapá